#Nos40DoSegundoTempo

Eu sou feia?!

Sabe gente, eu voltei a estudar inglês, sim, voltei. Estava lá em casa, esperando a minha “teacher” chegar e pensava, o que será que eu aprenderei hoje?!

Minha aula é mais voltada para a conversação, minha escola de inglês é super flexível com meus horários, aliás por este motivo voltei a ter aulas particulares, eles veem até mim, no dia e horário em que eu posso. Priceless.

Enfim, toda essa introdução foi pra falar que a minha aula foi sobre dois vídeos do TED, ambos de alguma maneira falavam sobre imagem, ora vejam só, eu que sou Consultora de Imagem, não poderia ser mais apropriado, não é mesmo?!

O primeiro vídeo conta a história de uma ex-modelo da Victoria’s Secret e sua relação com a vida real, aquela que encontra a gente descabelada, triste, feliz, bem vestida, mal vestida, de tpm, com dor de dente, comendo um chocolate e assim por diante.

Ela mostrou por meio de slides muitas fotos dos seus inúmeros trabalhos, e, em nenhum deles, ela se reconhece, em todos eles, a pessoa da foto não é ela, a foto passa uma imagem totalmente diferente da realidade.

Por trás da cena, existem: fotógrafos, cabeleireiros, maquiadores, produtores, assistentes, um séquito preparado para criar uma realidade paralela, se é que podemos dizer isto. O fato é, aquilo é falso. Uma cena montada.

O segundo vídeo, foi apresentado por uma executiva da Dove. Seu ponto central foi dizer aonde e quando deixamos de nos amar em frente ao espelho?! bebês e crianças passam minutos se admirando em frente à ele, se tocam e se divertem com sua imagem, com o tempo perdemos esta auto-confiança pro mundo.

Uma linda garotinha do vídeo, cansada de ouvir da parte da sua mãe que ela era linda, decidiu perguntar para as pessoas se a achavam feia, já que na escola seus colegas eram implacáveis.

O resultado do vídeo é chocante, pra não dizer cruel e perverso. Realmente, a internet dá vozes aos fascistas, racistas, estupidos e idiotas de plantão. Outro dado assustador foi descobrir, que a pergunta “Eu sou feia?!”, bate recordes na lista de perguntas do Google. Simplesmente assustador.

No meu caso, eu fui uma adolescente que passei por inseguranças normais da idade, tive meus maus dias, aquele caos interno da idade, mas não me lembro de odiar a minha aparência, pelo contrário, eu até gostava do que via no espelho. Óbvio, não fui 100% segura, enxergava em mim os “meus” defeitos, mas não era sofrimento e nem dor.

Mas não consigo imaginar o que é ser adolescente na era da internet. Estar sujeita a um massacre virtual, sofrer um cyberbullying ou vivenciar experiências de magnitude impensadas. Como foi dito no vídeo os comentários negativos devem ser tratados como uma manipulação digital, não como a realidade.

Ser uma Consultora de Imagem, reforça ainda mais meu compromisso de trabalhar a auto-estima de minhas clientes e leitoras, transformando o que antes elas não admiravam e até odiavam em frente ao espelho, em beleza.

Já que o mundo se importa tanto com aparências, estudos revelam que 76% do que fica registrado em uma primeira impressão é a imagem, então vamos trabalhar a nossa auto-estima e parar de rotular as pessoas, e, principalmente os adolescentes com adjetivos que nada dizem sobre sua verdadeira alma.

Vídeos: TED

“Não dói o útero, dói a alma”

O Brasil e um país machista, sexista e misógino, um país onde as mulheres são violentadas a cada 11 minutos – isso significa, os casos notificados por parte das vítimas, e, certamente este número é muito maior, afinal nem todas nós denunciamos nossos algozes. Bastaria pouco, apenas o suficiente para criar um movimento contra toda essa tirania de gênero – nossos corpos nos pertencem -, mas foi preciso um caso de extrema brutalidade, hediondo, covarde para que a sociedade acordasse e saísse à luta, contra estes números alarmantes e essa terrível violência.

Ontem, foi dia de passeata, passeata contra a Cultura do Estupro e a favor da Mulher. Éramos milhares, gritando palavras de ordem, unidas por uma mesma causa, por um mesmo sentimento, houve choro, houve abraço, houve união, união que nos dá força para lutar, para buscar um país mais justo, onde eu, você e todas possamos andar pelas ruas sem medo de sermos atacadas, onde possamos estar em nossas casas, sem sermos violentadas por pessoas próximas a nós e que, muito menos sejamos parte de um estupro coletivo.

Ainda precisamos evoluir muito, a jovem de 16 anos foi vítima, mas para uma parte da sociedade, não. Ela foi julgada pelos tribunais da moralidade e bons costumes, foi ultrajada em sua dignidade, sofreu o que de pior pôde acontecer com uma mulher, teve seu corpo violado por vários homens, que debochavam da sua condição de mulher. Ainda assim, ela precisa provar que não é culpada.

Culpa essa que, certamente ela irá carregar no seu corpo, culpa que a fará se perguntar todos os dias “Porque eu?!”, culpa que afetará seus próximos relacionamentos, culpa que vai tirar sua confiança, culpa que vai levar sua auto-estima, para o lugar mais baixo do inferno, culpa que a fará se calar, culpa que ela vai tentar esconder para sempre, culpa que irá consumir sua alma…

Estupro no Brasil – Dados do IPEA

“A violência de gênero é um reflexo direto da ideologia patriarcal, que demarca explicitamente os papéis e as relações de poder entre homens e mulheres. Como subproduto do patriarcalismo, a cultura do machismo, disseminada muitas vezes de forma implícita ou sub-reptícia, coloca a mulher como objeto de desejo e de propriedade do homem, o que termina legitimando e alimentando diversos tipos de violência, entre os quais o estupro. Isto se dá por dois caminhos: pela imputação da culpa pelo ato à própria vítima (ao mesmo tempo em que coloca o algoz como vítima); e pela reprodução da estrutura e simbolismo de gênero dentro do próprio Sistema de Justiça Criminal (SJC), que vitimiza duplamente a mulher”.

“Conforme documentado na literatura, existem graves consequências do estupro, de curto e longo prazo, que se estendem no campo físico, psicológico e econômico. Além de lesões que a vítima pode sofrer nos órgãos genitais (principalmente nos casos envolvendo crianças), quando há o emprego de violência física, muitas vezes ocorrem também contusões e fraturas que, no limite, podem levar ao óbito da vítima. O estupro pode gerar gravidez indesejada e levar a vítima a contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST). Em termos psicológicos, o estupro pode redundar em diversos transtornos, incluindo “depressão, fobias, ansiedade, uso de drogas ilícitas, tentativas de suicídio e síndrome de estresse pós- traumático”. A conjunção das consequências físicas e psicológicas leva ainda à perda de produtividade para a vítima, mas também impõe uma externalidade negativa para a sociedade em geral”.

A maioria esmagadora dos agressores é do sexo masculino

Masculino  92,55%

Feminino  1,80%

Características pessoais das vítimas de estupro

Feminino 88,5%

Masculino 11,5%

Faixa Etária

Crianças (até 13 anos) 50,7%

Adolescentes (entre 14 e 17 anos) 19,4%

Adultos (18 anos ou mais) 29,9%

 Fotos: lu.mich (instagram)

Dificuldades de dieta de uma wanderlust

“Oh vida, oh céus, oh azar… isso não vai dar certo!” como é difícil seguir uma dieta quando se está viajando. Ponto. Malhar então, é mais do que impossível, chega a ser escandalosamente, ofensivo de absurdo.

De novembro para cá, foram 3 viagens internacionais e uma no próximo mês. É sempre assim, quando eu tô quase me acostumando ao ritmo e a rotina de exercícios e alimentação mais equilibrada, tá na hora de arrumar a mala e partir para mais uma aventura pelo mundo.

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Em novembro passado, passei cerca de uns 20 e poucos dias na Ásia, comecei bem minha jornada – tinha acabado de passar por uma nutricionista, estava animadíssima e cheia de esperança – meu primeiro dia em Bangkok foi surpreendente, acordei muito cedo por conta do fuso horário, aproveitei e fui pra academia do hotel, depois de 50 minutos de corrida, tomei um belo café da manhã, com frutas, ovos mexidos e um cafézinho, tudo muito controlado.

Nos dias seguintes, o controle ficou somente por conta da alimentação, a ginástica foi completamente esquecida, juro, não tinha espaço para treinar e, se um dia sobrava um tempinho, faltava disposição, eu estava sempre cansada da correria do dia a dia dos passeios intermináveis.

Conclusão, nada de exercício nesses 20 e poucos dias, apenas um controle mínimo da alimentação. Aí, chega dezembro com todas as suas infindáveis comemorações. Ou seja, nada favorável para a retomada da disciplina.

Chegamos em Janeiro, hora de viajar novamente, dessa vez o bicho pegou pesado. Viajei para uma estação de esqui, onde o frio fazia a gente ter mais fome, no meu caso muito mais fome, fico totalmente descontrolada, ataco todos os hambúrgueres com batatas fritas do lugar e me entupo de chocolate quente de 5 em 5 minutos, para me manter aquecida.

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Acredito piamente que todo o meu esforço nas pistas de esqui, queimarão todas as minhas calorias durante este período de engorda, afinal este é o meu único exercício.

Conclusão depois de uma semana, a minha silhueta começou a crescer, as roupas começaram a ficar mais justas (apertadas), eu comecei a me desesperar.É, quando eu me faço, a mesma pergunta de sempre “Porque criatura, você precisa comer feito uma louca sempre?!”.

Volto pra casa, demoro uns dias para aquecer os motores e criar coragem para voltar à aula de corrida. Meu professor simpático #SQN, assim que me vê, já sai falando “Isso que dá faltar na aula por muito tempo, fica gorda”, muito animador, não é?! me mato de tanto correr, me falta fôlego depois de ficar sem vir na aula todo este tempo, mas prometo não faltar até a próxima viagem.

Passo na nutricionista novamente, um vexame, ela pacientemente usa de psicologia para me convencer a parar de ser exagerada, gulosa e descontrolada, caso contrário não vai ter jeito. Eu preciso controlar a minha boca.

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Aii, mas é dificil…

Principalmente, quando eu embarco para outra viagem, destino Nova Iorque. Sabe, quando você chega em uma cidade e tem desejos?! pois é, eu saio realizando todos eles. Quero comer os cupcakes do Magnólia e do Georgetown, depois eu quero comer o steak tartare do Le Bilboquet (com todas as batatas fritas que eu tenho direito), sem contar no nhoque ao gorgonzola do Cipriani, mais os eggs beneditcs do Balthazar.

Uma semana, já foi tempo suficiente para um grande estrago. Olho, para o espelho e penso em desistir “Não vou mais fazer dieta, quero que se F@#$%!!!”. Coisa mais chata, passar a vida contando calorias, se policiando em tudo que se escolhe para comer, eu gosto de comida que engorda – esse é um fato – gosto de chocolate, gosto de massa, odeio comida sem gosto, linhaça disso, aveia daquilo, quer me irritar?! coloca essas coisas na minha dieta, eu trapaceio.

Enfim, meu momento revolta passou, demora uns dias até eu me concentrar novamente na porra dieta. Faço tudo igualzinho, volto pra academia, me mato na corrida, tento tirar o atraso nela (como se isso fosse possível), mas enfim estou no foco one more time, claro, só até a próxima viagem (mês que vêm) Rsrsrs.

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