#Nos40DoSegundoTempo

Sono de uma mãe de adolescentes

Já repararam, o tanto que se fala sobre bebês pela blogosfera, quantos blogs e sites especializados sobre maternidade – que existem aos montes – dando dicas de como fazer um recém-nascido dormir melhor ou como ajudar as mães de primeira viagem a amamentarem, sem que os peitos delas sofram tanto.

Explicações variadas e conselhos múltiplos, sobre quantas vezes serão necessárias à mãe, já exausta, acabada, se levantar durante a noite, nos primeiros meses de vida de um nenezinho, para amamentá-lo, trocar sua fralda e fazê-lo arrotar.

O cansaço é enorme. Há quem queira “assassinar” o vizinho, marido, amiga, porteiro do prédio, tamanha falta de privação do sono. Mas nunca o seu próprio filho, mãe é sempre mãe, até na loucura. (contém MUITA realidade).

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Lembro, muito bem que o meu primeiro filho, só veio dormir direito, com 3 anos de idade – isso mesmo, que você leu – quantas vezes, saíamos pra dar uma volta de carro pela marginal, pra ver se o moleque caía no sono, chegamos eu e meu marido a dar 3 voltas!! Pra quem, não conhece São Paulo, imagine uma longa estrada…

Já, a minha segunda filha, o negócio foi diferente. Impus regras rígidas, nada de embalar, nada de conversar, nada de entrar no berço junto (sim, eu fazia isso com o primeiro filho), nada de acordar um milhão de vezes durante a noite. Dito e feito, a menina dormia 6 horas seguidas, para o meu alívio e sanidade mental.

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Porém, eles cresceram…viraram adolescentes. Ou seja, definitivamente, eu não durmo mais (saudades dos meus bebês), sim eu falei isso!. Final de semana, pra mim é uma tortura, ao invés de felicidade, relaxamento e diversão, eu sofro com as baladas noturnas, que começam cada vez mais tarde. Agora, me digam o porquê, eles precisam sair de casa, quase meia noite?! hum?!

Dar “até logo” para um filho, que foi para a balada, sem hora para voltar pra casa, é pior, muito pior do que todas as noites mal dormidas, quando eles eram bebês – os meus bebês.(contém MUITO apego).

Agora, eles são do mundo. Ninguém mais segura. Mas, vamos aos fatos: imaginem, seu filho de 19 anos saiu, vai fazer um esquenta, depois vai para a boate, que supostamente deve ser a mesma onde a sua filha de 16 anos deve se encontrar com o irmão mais velho, para juntos voltarem para casa, em segurança (e sóbrios, obviamente).

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Porém, a filha mais nova está em uma festa/jantar e, só vai chegar depois que a carona dela e das amigas a deixarem na boate (momento tenso), para se encontrar com o irmão mais velho. Obviamente, as meninas devem andar sempre em bando. Regra de casa, ou não sai.

Tão seguindo?! Então, durante todo este processo de idas e vindas, a progenitora (no caso, EU) envio uns milhares de WhatsApp(Sssssss), para saber se toda essa logística está funcionando direitinho. Às vezes, sou prontamente atendida, mas quase sempre com respostas curtas e na maioria das vezes grossas, do tipo: sim ou não.

Enquanto isso, a madrugada vai me engolindo, meu sono desaparece e meu marido dorme, ronca, sem imaginar o quanto eu estou trabalhando nos bastidores para tudo dar certo. Finjo que vejo algum programa de televisão, mas estou em outro planeta, o planeta preocupação.

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Depois de horas acordada, tento sem sucesso, continuar acessa, mas o cansaço me vence e eu acabo cochilando um pouco, até ser acordada de supetão, por aquele instinto maternal, que diz “Mãe, não tá na hora dessas crianças voltarem pra casa, não?!”.

Volto a sala de monitoramento – WhatsApp – e insisto em querer saber se eles já estão voltando pra casa (e, pelo amor de Nossa Senhora Aparecida). As respostas são sempre, como eu posso dizer – insatisfatórias. Quando finalmente, eu leio, depois de várias horas de espera, as palavras mágicas “Estamos voltando”, uma lágrima escorre do meu rosto (contém MUITO exagero).

Escuto um carro parar na porta de casa e a porta se abrir, continuo na cama fingindo estar calmíssima, fingindo que não sofri este tempo todo morrendo de preocupação, fingindo que sou uma mãe equilibrada capaz de dar liberdade para eles crescerem na vida, fingindo que não sou um poço de mãe super protetora, e sim liberal, tudo isso para não sair correndo e ver se os dois estão, todos sãos e salvos dos perigos da noite e se os dois estão, com todos os seus pedacinhos no seus devidos lugares.

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Os dois fazem algum barulho (afinal, é madrugada, né?!), até que o silêncio finalmente impera dentro de casa, e, eu finalmente posso dormir tranquila. Porém, no dia seguinte, fatalmente acordarei cansada, como se eu estivesse ido (juntamente) com eles para balada, porque mãe de adolescentes é assim…como padecer no paraíso (contém MUITA ironia).

*Quando você achar que amamentar tá osso, lembre-se que o pior ainda está por vir… (Contém MUITA maldade).

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Kim, tamo junta!

Foi só ela desabafar “A gravidez é a pior experiência da minha vida”, pra um bando de moralistas caírem matando em cima da rainha da família Kardashian. Vou me juntar a ela, também detestei essa experiência e quando li seu desabafo, apesar de tardio (no meu caso) resolvi escrever mesmo assim.

Fiquei grávida duas vezes, aos 23 anos e aos 27 anos e me senti mal igualmente nas duas vezes. Na primeira, passei os três primeiros meses vomitando todo santo dia, sofria com os enjoos constantes, que não me davam trégua e nem a menor vontade de sair da cama, minha disposição era zero.

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Pra piorar, eu estava preparando o meu casamento, ou seja eu era (literalmente) a noiva zumbi indo de um lado para o outro, tendo que resolver milhares de coisas, desde as músicas para a entrada da igreja, até participar das milhares de provas do meu vestido, antes da barriga explodir de vez.

Assim, que os meses passavam a azia aumentava, e, como aumentava. Dormir uma noite inteira era quase impossível, seria muito mais prático, andar com uma privada a tiracolo, porque a minha bexiga enchia com a mesma velocidade da luz. O desconforto era enorme.

Quando eu tinha um compromisso social, seja ele uma festinha de criança, um chá de bebê, um casamento, um aniversário ou um simples jantar, tudo isso era um grande suplício pra mim, nada, nada ficava bem em mim. Eu sofria, em ter que me arrumar pra essas ocasiões. Me odiava.

A segunda gravidez não foi diferente, mas agora eu tinha um agravante: uma criança de 3 anos pra cuidar, além da barriga. Ou seja, além de todos aqueles sintomas desagradáveis, os intermináveis enjoos dos 3 primeiros meses, as dores nas costas, o cansaço sem fim, o sono desesperador de todas as grávidas, o inchaço nos pés, blá, blá, blá. O lado emocional pegava.

E, é por isso, que eu não recrimino a Kim por esse desabafo tão sincero, pelo contrário, me solidarizo, apesar do meu tempo de grávida ter passado (há tempos), apesar dos perrengues da gravidez terem ficado no passado, certamente eu passaria por tudo isso mil vezes, se necessário fosse, óbvio, mas mesmo assim não me venha dizer que a gravidez é sublime, perfeita e maravilhosa…apenas me deixem e deixem a Kim.

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*  Em tempo, o que eu e Kim sentimos durante a gravidez, NADA, NADA tem a ver com o amor que sentimos pelos nossos filhos, que isso fique bem claro, para quem ainda não entendeu o nosso ponto de vista, ok?!!

Fotos: Reprodução

Um discurso, uma fala…

Não, eu não acompanhei ao vivo a premiação do Emmy 2015, ontem pela televisão e também, não quero falar sobre os melhores looks das celebridades, deixo isso para outras colegas blogueiras, que fazem essas resenhas com maestria. Meu assunto, aqui, hoje neste post sobre o famoso Emmy, foi justamente sobre a atriz Viola Davis, que fez história na noite passada, ao ser a primeira negra a vencer o prêmio de melhor atriz em uma série dramática. Detalhe, estamos em 2015, ok?!

Além, do fato inedito em si, o que mais marcou esta premiação foi o discurso empoderador da atriz negra, nos fazendo enxergar uma realidade que acontece não apenas nos Estados Unidos (onde aconteceu o prêmio), mas ao redor do mundo. Se trouxemos este discurso para o Brasil por exemplo, podemos enxergar o quanto o negro ainda não alcançou um papel de destaque nas telas, muitos ainda são escalados para papeis pequenos ou clichês, como: escravos, empregados e marginais.

Nascer negra e mulher neste mundo, não deve ser tarefa das mais fáceis, o racismo é cruel e muitas vezes ardilosamente dissimulado. Não poderia deixar de mencionar a fala do rapper brasileiro, Emicida (em um programa de televisão AQUI, neste final de semana), a respeito da missigenação brasileira e sua falsa sensação de “direitos iguais”, afinal pontuou ele “O táxi não para, mas a viatura para. Esse é um problema urgente do Brasil”, se referindo ao simples fato de uma pessoa de cor, ser tratada de outra forma pela sociedade, que jura ser livre de preconceitos.

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Um discurso, uma fala, um em inglês e o outro em português, os dois no final das contas se completam e se amalgamam, porque o que todos negros, pardos e miscigenados querem é: oportunidade, como disse Viola no seu discurso a seguir.

“Em meus sonhos e visões, eu via uma linha, e do outro lado da linha estavam campos verdes e floridos e lindas e belas mulheres brancas, que estendiam os braços para mim ao longo da linha, mas eu não poderia alcançá-las, eu não sei como ultrapassar essa linha, isso foi Harriet Tubman nos anos 1800.”

“Deixem-me dizer uma coisa: a única coisa que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa é oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem.”

“A minha história não termina aqui”.

“Há muito trabalho que precisa ser feito em muitas áreas para negócios com atores de cor, tantas narrativas, tantas histórias que precisam ser vistos e sentidas.”

Fotos e Vídeos: Reprodução