#Nos40DoSegundoTempo

London – Diário de Viagem

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Cheguei em Londres ontem, depois de um longo voo (11 horas) – não consigo me acostumar a escrever voo sem o acento circunflexo – enfim, só tive forças para entrar no quarto do hotel e dormir até o dia seguinte. Ok, um pouco de exagero, mas deixei pra bater pernas no dia seguinte.

Após meu café/almoço – cesar salad – encaro meu primeiro desafio do dia, me achar no metrô de Londres.

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O simpático homem da bilheteria começa a responder a minha simples pergunta “Vou ficar uma semana, tem algum bilhete para esse tempo?!” depois de alguns minutos falando e falando, ele pergunta, “Então o que preferi?!” eu olho pra cara da minha filha, que fala inglês fluentemente (ou deveria, afinal ela estuda em colégio americano) e pergunto “Cora, o que você acha melhor?!” na mesma hora tivemos um ataque de risos, obviamente ela também não entendeu patavina do que o cara falou. #nãoentendosotaqueinglês.

Conclusão, peguei o bilhete, paguei e até agora não sei o que comprei. rs…

Meu destino do dia é o museu Victoria and Albert ou VA para os mais íntimos, vou direto saber sobre a exposição do cantor David Bowie que está completamente lotada neste dia, compro então o bilhete para o próximo dia – aguardarei ansiosa até amanhã.

Sigo para a Brompton Road e chego na famosa loja de departamento Harrods, lotada e cheia de ofertas, dou uma volta na sessão feminina e milagrosamente não me interesso por nada – meu marido vai ficar muito feliz quando ler esta parte do post, tenho certeza.

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Volto para o hotel, só depois de uma pequena ajuda de um bondoso passante, ele me diz onde fazer a baldeação para a linha certa do metrô que eu não conseguia pegar.

Eu e minha fiel companheira Cora nos arrumamos para o jantar, pego dessa vez um taxi e vamos para o restaurante Cipriani – que não chama mais Cipriani e sim C London – pontualmente sentamos à mesa.

Para escolher a entrada o garçom brasileiro me ajuda na tradução de  beetroot = beterraba, em seguida fomos de gnocchi e de sobremesa dividimos uma torta de limão dos deuses. A comida é ótima, o lugar é meio, como costumamos falar no Brasil, de “véio”.

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E pra fechar a noite, uma foto saindo do restaurante, agora bem alimentadas.

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23/25 Davies Street
Between Grosvenor Street & Mount Row
London W1K 3DE, UK

Fotos: DQZ

 

Mean Girls, quando e como elas são más…

Não resisti, preciso falar sobre elas, afinal de contas elas estão por todas as partes, na sua escola, no seu trabalho ou no seu grupo de amigos, são elas as – MEAN GIRLS.

Traduzindo ao pé da letra – GAROTAS MALVADAS – que significa, aquele de tipo de garota bem má, capaz de dissimular, enredar, até te dar o golpe fatal e certeiro na sua testa.

Pra quem nunca assistiu ao clássico filme americano de 2004 (porém sempre atual, principalmente em tempos de bullying), vá assistir, pelas mais simples razões:

* Você é menina, mesmo que tenha crescido.

* Você teve ou tem amigas BITCHES

Eu desenvolvi algumas teorias e classificações, que mostro na íntegra pra vocês ficarem alertas quando se depararem com as mais variadas espécies de mean girls.

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A FALSA BOAZINHA: você jura que ela é meiga, fofa e amiga, mas não se engane ela é de alta periculosidade, numa escala de 0 a 10, sua pontuação chega no grau máximo 10.

Ela finge gostar de você, até porque sua tática é NUNCA demonstrar nenhum sinal de maldade, caso contrário sua mascara caíra. Na verdade ela odeia qualquer pessoa que possa ameaçar seu trono, inveja pura.

 Ela anda pelos bastidores criando intrigas e se faz de ofendida no momento certo, até finalmente conseguir dar o golpe e te levar pro isolamento social.

A IDIOTA MANIPULADA: Toda Abelha Rainha tem uma idiota à tiracolo, que é aquela menina que nunca se posiciona, não tem opinião, mas está sempre do lado da situação.

Sua periculosidade assim como a sua importância não é alta, na pontuação ela chega no pico máximo de 5 pontos.

A MALIGNA OPERÁRIA: Toda tarefa que a idiota não tem coragem de realizar, a maligna realiza pela Abelha Rainha.

Fiel e manipulada – afinal de contas seu forte não é o cérebro e sim a força bruta – ela realiza o chamado trabalho sujo, tudo que precisa ser dito para destruir o oponente é feito por ela.

Ela acata às ordens sem pestanejar e de prêmio recebe o direito de permanecer calada. Periculosidade alta, grau 8.

A TRAIDORA SEM ESTIMA: essa é aquela que vai fazer você chorar de verdade, afinal na sua ingenuidade você acreditou que eram amigas.

Ela até tentou não se entregar ao exército da Abelha Rainha, mas sua fraqueza de espírito a fez sucumbir.

Seus problemas psicológicos de falta de alto-estima falaram mais alto, sua periculosidade é baixa, mas seu poder de destruição é alto se comparado ao da falsa boazinha – 10.

 E por fim, as sem importância alguma, são aquelas famosas meninas do coro, que podemos classifica-lás como:

A CAFONA: brega por natureza, não tem estilo e muito menos capacidade de liderança, se entrega aos mandos e desmandos das means girls mesmo não concordando.

A SEM-GRAÇA: se você se esquecer dela não se sinta culpada, muito mais focada nos estudos essa espécie é apenas um projeto mal acabado de mean girl.

A RATAZANA: assim como aquele bicho asqueroso, a ratazana anda as espreitas, incapaz de um verdadeiro embate, ela não serve nem pro trabalho sujo, apenas para provocações as escondidas.

Mean Girls – Trailer

Fotos: Reprodução

O gigante adormecido e as crianças

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Todos sabemos que o BRASIL passa por um momento muito especial, é verdade que durante as primeiras manifestações muitas pessoas assim como eu, acreditavam que tudo não passava de movimentos radicais ligados à partidos oportunistas, onde o objetivo maior era a violência, o vandalismo, as pixações, o fechamento de importantes avenidas do estado de São Paulo, ou seja as paralisações pura e simplesmente.

Mas isso tudo não é mais novidade, podemos ler diariamente nos jornais, assistir pelos telejornais ou simplesmente passar os olhos pelas mídias sociais e ver o que todos estão dizendo “O gigante adormecido, acordou”, porém o difícil no meio de todo esse cenário novo é explicar para “as crianças” o que se passa ao redor.

Meus dois filhos em momentos diferentes me perguntaram o que eu achava dessas manifestações, me senti terrivelmente insegura para explicar, afinal sei que tudo o que nós pais ensinamos ou falamos influenciam nossos filhos de maneira muito profunda.

Não queria simplesmente ditar regra e ser dona de uma verdade suprema, quando eu mesma na verdade estava em dúvida.

Por isso, em primeiro lugar eu tentei ser muito ponderada, em seguida eu contei a respeito da minha própria experiência pessoal como estudante de Ciências Sociais, de um dia ter invadido a reitoria da universidade em que eu estudava ou ter feito parte de um outro momento histórico no Brasil, os cara-pintadas.

E eu, comecei assim – “Como todo jovem e ainda por cima fazendo uma faculdade tão social, minha sede de transformar e de mudar era gigante, imensa, eu não suportava as injustiças, os políticos corruptos, as notícias que falavam sobre as misérias mundiais ou assistir passivamente a dor de uma criança”.

“Quando o movimento dos cara-pintadas fez o seu primeiro protesto eu estava lá, porque acreditava piamente que conseguiríamos tirar o Collor do poder”, nesse momento sou interrompida por uma pergunta de um dos meus filhos, “O que ele fez?!”

Continuo dizendo “O irmão desse presidente revelou um grande esquema de corrupção contra ele e o seu tesoureiro de campanha, o que acabou se transformando em uma CPI e em seguida, pelo forte apoio popular, veio o impeachment – tiramos o presidente do poder”.

Eles continuam a me olhar e a acompanhar o meu discurso cheio de emoção, conto brevemente sobre a invasão ao qual eu participei na reitoria da minha universidade e confesso que tudo era muito mais festa do que realmente luta de direitos, enfim chego no ponto principal da nossa conversa – os protestos.

Paramos e fomos analisar algumas matérias e fotos pela internet, mostro os dois lados e espero ser interrogada por eles, o que acontece imediatamente.

As cenas de depredação chamam à atenção, o vídeo do policial militar acuado sangrando, juntamente das cenas dos manifestantes correndo ou sendo atingidos por balas de borracha e gás lacrimogêneo, começam a criar um panorama mais claro na cabeça deles, indignados com tanta violência, eles chegam na pergunta crucial que conduz toda essa polêmica cívica atual.

“Tudo isso é por causa de 20 centavos?!”

Segundos de silêncio…prefiro deixar que eles mesmos me respondam, apenas acrescento que independente do lado em que você esteja, a favor ou contra os protestos, todos os brasileiros tem um único desejo, o de transformar o país, isso eles podem ter certeza, mas que devemos respeitar a opinião alheia mesmo não concordando, afinal faz parte do processo democrático em que vivemos. Certo?!

Enfim, minha conclusão materna me diz que independente dos rumos que se seguirão daqui pra frente os protestos que hoje não são mais em São Paulo, tenho a certeza que meus dois filhos despertaram para a vida política, assim como o gigante acordou, uma nova geração também acordou, nos acostumados a tantos mandos e desmandos, agora como diria o poeta…

Brasil!
Mostra tua cara
Quero ver quem paga
Pra gente ficar assim
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim…

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Fotos: Cintia Trigo e reprodução