Sem dúvida, uma das minhas maiores curiosidades era conhecer a casa de alguma família que vivia dentro do lago. Imagina só, como é possível viver rodeado por água, como será a casa por dentro, existe conforto?! as perguntas são tantas, que eu precisava passar por essa experiência.
Pois muito bem, minha turma e eu, fomos conhecer uma daquelas tantas casas, tivemos a sorte de sermos recebidos por uma família, justamente em uma ocasião especial – um noivado (vejam, os noivos abaixo). Os noivos eram muito tímidos, riam sem graça com a nossa enorme curiosidade.
Primeiro, fomos gentilmente servidos pela família, que nos ofereceu uma comida típica, uma espécie de polvilho, com chá (esse último era muito amargo, difícil de tomar). Enfim, conversamos com a ajuda do nosso guia, que traduzia simultaneamente a fala deles e as nossas perguntas.
Em seguida, fomos convidados a fazer um reconhecimento do local, ficamos a vontade para andar pela casa e tirar foto. Fiquei impressionada com o relativo conforto deles. obvio não é uma casa como estamos acostumados a morar, mas tinha tudo que uma pessoa precisa, até televisão.
Muito engraçado era perceber que a mesma curiosidade de todos nós, eram as deles. Na hora da foto, ora éramos os fotografados, ora nós fotografávamos. Uma troca cultural, cheia de amor e carinho.
Mais uma vez, chegou a hora de pegar o avião, dessa vez seguimos para Inle Lake, uma cidade dentro de um lago. Curioso isso, hein?! será que vai ser legal?! essas perguntas sempre veem na mente.
Afinal, por mais que eu tenha lido o meu roteiro de viagem, a verdade é que chegar a uma nova cidade, é como atirar no escuro, pode ser que acerte, pode ser que não.
A logística para chegar neste lugar é a seguinte: avião, ônibus de turismo e barco. Exatamente, nesta sequência. Um pouco cansativo, é verdade, mas só até a hora de entrar no barco, porque daí pra frente, todo esforço se justifica.
Primeiro, seguimos por um canal relativamente movimentado, com o passar dos metros, o movimento diminui e a paisagem do lugar passa a chamar a atenção.
Assim, que entramos no lago Inle, nos deparamos com uma figura muito típica da região e, porque não dizer única: os pescadores, que remam com os pés. Isso mesmo, com os pés.
Parece mentira, mas os caras se contorcem todos e a mágica acontece na sua frente. Aja pé, aja malabarismo e aja força na panturrilha (juro, esta modalidade deveria estar nas Olimpíadas).
Depois de mais ou menos 1 hora dentro do barco {ah, tenho que abrir um parênteses para falar do barco, não é qualquer barco, na verdade ele esta mais para canoa fashionista/motorizada, obviamente, uma das mais lindas que eu já vi}. Pronto, falei.
Finalmente, entramos em um outro canal, dessa vez completamente em silêncio, o único barulho era do motor. Avistei o que supostamente seria o nosso hotel, muito feliz, ele era um sonho. E assim, começa a segunda parte por Myanmar.
Agora deixo vocês com um pouquinho de Inle lake, essas paisagens únicas, aposto que vão deixar todos muito curiosos pelo próximo post…aguardem!
Impressionante, como a nossa noção de mundo, muitas vezes é pequena e tacanha, imaginamos que tudo acabe bem depois da curva. Por isso, muitos dos que lerem este post, provavelmente nunca ouviram se quer falar dela na vida, se bem que, muito recentemente, ela esteve nos telejornais do mundo inteiro.
Quando eu era estudante de Ciências Sociais (lá nos anos 90), sempre ficava atenta a casos como os dela. Foi assistindo a um jornal, que eu me deparei com seu drama, lembro que fiquei profundamente penalizada com sua estória de vida e sua situação naquele momento, sempre admirei pessoas que colocam seus ideais, acima da vida pessoal.
Sabe aquela frase, “Diga-me com quem andas e te direi quem és!”, pois bem, se eu mostrar as personalidades mundiais que andam com ela, vocês não acreditariam, ela ganhou até música em sua homenagem de uma das maiores bandas do planeta, duvidam?! olha aí.
Com, U2
Agora, a música em sua homenagem…(e, o vídeo oficial foi gravado no Brasil, hein?!)
Com, Angelina Jolie…
Com, Hilary Clinton
Com, Barak Obama
Com, Papa Francisco
Com, Angela Merkel
Discursando na ONU
Até, filme sobre a sua vida fizeram….
E, por esses e outros motivos, que eu não posso sair de Yangon, sem contar um pouquinho dessa luta e abdicação pessoal de AUNG SAN SUU KYI, mais conhecida como a Senhora:
Essa é uma estória, sobre uma menininha de apenas dois anos de idade, que perdeu seu pai Aung Sang, um herói da independência Birmânia (1915-1947) assassinado, antes mesmo, deste ver seu sonho realizado, porque foi apenas em 1948, que os britânicos deram a tão sonhada independência.
Deste dia em diante, Suu Kyi vê seu destino modificado para sempre. Essa estória verdadeira, se parece mais com um filme, não é mesmo?! não à toa, ela se tornou um.
Aung San Suu Kyi, certamente foi a principal voz a favor dos direitos humanos e da liberdade na Birmânia (Myanmar), um país dominado por um governo militar desde 1962. Considerada por muitos, como a Mandela Asiática.
Nascida em Yangon, ela foi educada na Universidade de Oxford, onde conheceu e casou-se com Michael Aris, especialista em assuntos tibetanos, juntos eles tiveram dois filhos.
Em 1988, em visita pela Birmânia por conta da saúde frágil de sua mãe, ela acabou se envolvendo politicamente com a atual situação do país, quando este suprimiu de forma violenta um levantamento massivo, matando milhares de civis.
Suu Kyi escreveu uma carta aberta ao governo pedindo a formação de um comité independente, para apoiar eleições democráticas. Ao desafiar uma proibição do governo, de formar reuniões políticas com mais de quatro pessoas, Suu Kyi acabou falando para grandes multidões, por toda a Birmânia como Secretária–geral da recente formada Liga Nacional pela Democracia (LND).
Em 1989 foi colocada sob prisão domiciliar. Apesar da sua prisão, a LND ganhou as eleições com 82% das cadeiras parlamentares, mas a ditadura militar se negou a reconhecer os resultados legítimos. Suu Kyi permaneceu na prisão quase de forma contínua a partir de então, rejeitando várias ofertas de liberdade do governo, onde este em troca exigia que ela abandonasse a Birmânia.
Por seu ativismo político, Suu Kyi recebeu diversas condecorações ao longo da vida, como o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento (1990), a Medalha de Ouro do Congresso dos EUA (2008) e o mais importante de todos eles, o Nobel da Paz de 1991, ao qual só pôde receber em mãos, 21 anos depois, por estar presa à época.
Apenas em 2010, quando os militares deixaram o poder, foi possível existir uma abertura do país. Aung San Suu Kyi foi libertada da prisão domiciliar e, em abril de 2012, foi eleita para uma vaga no Parlamento. Pela primeira vez a ativista poderia exercer um mandato e transformar suas ideias em projetos políticos concretos.
Ela, continua a ser uma expressão viva da determinação do seu povo, de conseguir liberdades políticas e económicas.