#Nos40DoSegundoTempo

Não basta ser tia, tem que participar

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Em um sábado às 5 horas da tarde, eu peguei um vôo para BARCELONA, no dia seguinte no domingo pela manhã, eu já estava pronta para o aniversário da minha afilhada, afinal – não basta ser tia, tem que participar.

Apesar do cansaço, do fuso de 5 horas a mais e da minha cara amassada, lá fui eu me encontrar com a minha pequena GRETA, que fazia 1 ano naquele dia.

Diferente das mega-produções à la Brasil, na Espanha as festinhas são simples, sem aquela infinidade de convidados, feita apenas para a família e amigos próximos. O lugar escolhido foi o parque em que ela brinca todas as manhãs.

Do lado espanhol, as famosas tapas para os convidados, já do lado brasileiro, o nosso brigadeiro, é claro. O bolo não poderia ser mais fofo, feito por um confeiteiro local, 3 ratinhos o enfeitavam.

Greta, brincou, chorou de sono, dormiu, brincou novamente e no final foi pra casa cheia de presentes novos, como a galinha pintadinha, hit entre os bebês.

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Fotos: Roberta Carvalho

PUNK: Chaos to Couture

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Muito se falou à respeito do famoso Baile de Gala do MET essa semana, listas dos piores e dos melhores vestidos saíram aos montes nos blogs e sites especializados. Eu tenho o meu preferido, que foi de longe o vestido da minha queridinha a atriz Sarah Jessica Parker e seu adereço punk na cabeça.

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E tudo isso aconteceu para o lançamento de mais uma incrível exposição – PUNK: Chaos of Couture – que conta com 7 galerias repletas de informações sobre a cultura punk e sua influência na moda.

Punk teaser final

De tudo que eu li sobre a mostra, o que mais me chamou a atenção foi o enfoque entre o conceito de punk “do-it-yourself” e o conceito de alta costura “feito sob medida” – como mostra a foto acima do músico inglês Sid Vicious, ícone da cultura punk ao lado de outra foto em oposição, uma roupa de alta costura feita pelo estilista Karl Lagerfel, para a Maison Chanel.

Uma das galerias da exposição reservada ao “DO IT YOURSELF” ou “Faça você mesmo”, será representada de quatro formas diferentes:

DIY Hardware –  a alta costura com enfoque no uso de parafusos, pregos, correntes, zíperes, cadeados, alfinetes e lâminas de barbear.

DIY Bricolage – destaque para o impacto da personalização do “punk ethos” na moda, incluindo o uso de materiais reciclados do lixo e a cultura de consumo.

DIY Graffiti e Agitprop – explorando a tradição punk de provocação e confrontação através de imagens e texto.

DIY Destruir – examinando o efeito “punk’s rip-it-to-shreds spirit”, através das vestes rasgadas e desfiadas associadas ao desconstrucionismo.

Dentre todas as personalidades punks, uma das mais marcantes é sem dúvida Vivienne Westwood, que em sociedade com seu marido/empresário Malcolm McClaren, abriram a butique Seditionaries em Londres nos anos de 1970, sendo uma das primeiras a comercializar a moda punk. Seu lema em relação a moda frente a sociedade era “The best way to confront British society was to be as obscene as possible.” 

O que ontem foi totalmente contra o establishment apregoado pelo movimento punk, hoje é referência de uma moda glamourosa, vide o vestido da personagem de SJP no filme “Sex And The City”.

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O punk pode ser definido como uma ideologia de contestação, feita de forma marginal nas mais diversas formas de expressão, entre elas a música. Só para citar alguns exemplos, temos de um lado do oceano os Ramones nos USA, já do outro os Sex Pixtol, na Inglaterra – particularmente, sou fã do primeiro.

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Diante de tantas influências do movimento, podemos afirmar que a estética definitivamente foi incorporada pelos estilistas e pela moda não somente a de protesto, e sim, muitas vezes pela alta-costura, onde passou a ser referência de estilo (independente do preço), afinal hoje em dia somos todos os verdadeiros punks de butique.

Quem não se lembra do ícônico vestido de Elizabeth Hurlem, feito pelo estilista Gianni Versace em 1994?! ou do visual sensual da vocalista do Blondie, Debbie Harry?!

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Personagens de um tempo expostos em mais uma grande exposição, transformados pela moda do passado e de hoje. Se passar por Nova Iorque, obviamente não deixe de ir e de levar pra casa um livro da mostra, geralmente eles são PUNK!!

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Fotos: Reprodução

Pleats Please!!

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Não sou dessas pessoas que tem um closet enorme e muito menos sou uma acumuladora de roupas – com exceção de bolsas – me considero uma fashionista do tipo moderada.

Periodicamente faço uma rapa no meu armário e como uma boa consultora de imagem, descarto tudo aquilo que em dois anos eu passei batido, literalmente sou capaz de me desfazer de roupas praticamente novas compradas pelo forte impulso consumista de uma personagem de Sex And The City.

Inclusive, até o meu vestido de noiva já teve destino semelhante, viajou para o Nordeste mais precisamente à Bahia, onde fez a alegria de outra noiva.

E todo esse papo de desapego, consumo consciente embasada em práticas de consultoria de imagem foi para chegar em uma caixa guardada dentro deste mesmo closet, há exatos 14 anos. Ora, mais então que conversa furada foi essa aí de cima?!

Um minuto de sua atenção, eu vou explicar. Flashback, por favor!!

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Paris 1999, Place de Voges, Marais

“E lá estava eu andando por aquela praça, quando eu me deparei com a loja do Senhor Miyake, entrei imediatamente levada por um impulso nunca antes experimentado, comecei a passar a minha mão por aquelas roupas que mais se pareciam com dobraduras japonesas de papel – os famosos origamis – acho que pela primeira vez passei a admirar uma roupa com um outro olhar que não o do simples consumo, descobrir as pequenas e grandes plissadas daquele estilista japonês, que eu havia conhecido minutos atrás, despertou dentro de mim uma relação de amor pela a moda “.

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Por isso dentro daquela caixa eu ainda guardo as minhas comprar daquele dia tão especial – que pra ser sincera, me custaram quase todo o dinheiro que eu havia levado pra viajar – e, é com uma enorme alegria que eu descubro a volta dos PLEATS, PLEASE!! como são chamados os plissados de Issey Miyake.

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Inspirado pelo mestre dos plissados Mariano Fortuny (que eu já falei AQUI), Issey afirma “Adoro fazer experiências com tecidos, combinando a mais moderna tecnologia com tradição e artesanato”, não à toa ele trouxe novas técnicas, como as fibras sintéticas com qualidades termoplásticas – 100% poliéster.

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Bom, e agora que a estilista Stella McCartney lançou uma coleção inspirada nesses dois mestres dos plissados, eu acredito que os “meus” plissados vão dar um tempo daquela velha caixa, para fazer parte novamente do meu closet.

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E apesar de ser prática em relação as roupas, ainda bem que eu resisti a tentação de passá-los, os PLEATS para frente…

Fotos: DQZ e Reprodução.