Honestamente, não sei se amei mais o lugar, o hotel ou os dois juntos, provavelmente a última opção. Não sou chegada nessa vida bucólica, ligada ao campo e seus prazeres, sou totalmente urbana, ligada no 220 volts de potência. Minha ansiedade não me deixa ser de outra maneira, por isso passar mesmo que poucos dias em um lugar tão calmo e pacato pode ser no meu caso, um tiro no pé paro o tédio e o mau humor.
Agora, Imaginem um lindo vale verdejante, uma casa magnífica do século 19 com acomodações de primeira, este é o Six Senses. Um charme de hotel, onde a culinária é um dos pontos fortes, aliada aos vinhos portugueses que fizeram com que eu me apaixonasse por eles. Perdi a conta de quantos vinhos eu consumi nos poucos dias de estadia por lá, mas certamente minhas gordurinhas sabem onde foram parar, né?!
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Sobre o hotel: se aqui no meu blog você aqueles sites de avaliação de viagens, hotéis e atrações turísticas, que todos nós olhamos (muitas vezes) para decidir se vamos ou não vamos para tal lugar ou se vamos nos hospedar naquele hotel, eu diria o seguinte:
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“Six Senses, um hotel cheio de charme, com suas instalações perfeitas, uma piscina deliciosa ao ar livre, outra piscina coberta do spa, que é um sonho (a massagem idem – altamente recomendada).O lugar perfeito para se hospedar com seu amor, ah, não posso deixar de mencionar o restaurante…da melhor qualidade, pratos deliciosos, refinados, saborosos, ou seja um lugar cheio de atividades, eu recomendo de olhos fechados…amei!!!”
Vou começar este post pelo o que não fazer, o único lugar que eu não voltaria e não recomendaria “turistar”, é o Palácio de Cristal, ele não passa de um parque meio sem graça, com um ginásio fechado, óbvio que eu espera encontrar (literalmente) um palácio, mas não foi isso. Pra não dizer que o passeio foi totalmente inútil, serviu para tirar uma foto clichê, naquelas letras gigantes, com o nome da cidade.
“O Palácio de Cristal (1865 — 1951) foi um edifício que existiu no antigo campo da Torre da Marca, na freguesia de Massarelos, na cidade do Porto, em Portugal. Inaugurado em 1865, o Palácio de Cristal original acabou por ser demolido em 1951 para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, hoje Pavilhão Rosa Mota”.
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E pra terminar os passeios pelo Porto e partir para a segunda etapa da minha viagem, eu sugiro conhecer dois pontos turísticos: a bela Torre dos Clérigos e a lindíssima Igreja de Santa Clara. Aliás, preciso fazer um parênteses {o Porto me lembrou muito Salvador}.
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“Construída sob direção de Nicolau Nasoni, entre 1754 e 1763, a Torre afirma-se como um dos monumentos mais emblemáticos da cidade do Porto. Anexa à torre está também um igreja com o mesmo nome. A sua planta oval destoa daquilo que é a norma arquitetônica em Portugal. A torre tem 75 metros de altura divididos por seis andares, cujo acesso é feito através de uma escada com 240 degraus. No momento de sua construção era o edifício mais alto do país”.
*Já vou avisando, subir todos os degraus cansa e a escada é bem apertada, por isso cada um de uma vez, além de esperar a vez para subir a cada andar.
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Igreja do Carmo e dos Carmelitas
A Igreja do Carmo, também conhecida por Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo; está germinada com a Igreja das Carmelitas, considerada um monumento Nacional. A sua Construção de estilo Barroco, realizou-se por volta dos anos 1756 a 1768.
Na entrada existem duas esculturas religiosas, dos profetas Elias e Eliseu, tendo lateralmente painéis de azuleijos da Ordem das Carmelitas e Monte Camelo, o seu interior é marcado por utilização da talha dourada datado da primeira metade do século XVIII. Esta situada no Cruzamento da Rua do Carmo com a Praça Carlos Alberto.
Prestem atenção: porque a imponente Igreja do Carmo, quase abafa a Igreja dos Carmelitas. Se você não souber da existência das duas igrejas, uma pode passar despercebida.
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Depois de tanta andança, uma parada para comer. Escolhi um restaurante de uma brasileira, moradora do Porto. A Árvore tem o privilégio de ter uma vista lindíssima e um linguini de frutos do mar delicioso.
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Ribeira do Porto
Agora, pra encerrar este post como se deve, o passeio da noite fica por conta da Ribeira do Porto – um dos locais mais antigos e atrativos da cidade do Porto. Situada numa das margens do Rio Douro, é um dos elementos mais importantes do centro histórico, que possui a classificação de Patrimônio Mundial da UNESCO.
A partir do século XII esta zona começou uma fase de importante expansão sobretudo devido as atividades marítimas e comerciais que suportavam a economia da cidade. Hoje, o lugar pertence a vida boêmia e aos turistas, repleta de bares e restaurantes, esse é o perfeito lugar para um programa típico na cidade.
E, foi aqui que eu me despedi do Porto e seus encantos, amanhã sigo para o Vale do Douro.
Seguindo a minha narrativa sobre o Porto, vamos para as próximas dicas do que fazer e do que não fazer, por lá. Parada mais do que obrigatória – A Livraria Lello – considerada uma das mais belas livrarias do mundo, recebe em média 3.000 visitantes por dia. Tem fila na porta e paga-se ingresso para entrar, nada exorbitante (€2).
Impressionate, sua arquitetura realmente é muito diferente de qualquer outra livraria que eu já tenha visitado, na mesma hora que eu entrei, tive uma sensação de “Harry Potter feelings”, e não é que, eu estava certa. Quando eu fui procurar mais informações sobre a tal livraria, acabei caindo em várias páginas que diziam sobre a relação da escritora com a livraria. JK Rowling ora veja, morou no Porto, lecionou na escola de inglês Encounter English, se apaixonou por um português, casou e teve sua primeira filha.
O casamento não foi adiante, sucessivas brigas fizeram com que o relacionamento fosse abalado até, ela voltar definitivamente para o Reino Unido. Porém, nas mãos com os 3 primeiros capítulos do livro, que viria a consagrar mundialmente. Sua passagem pelo Porto, marcou sua obra de forma pontual e definitiva.
Sua inspiração para os uniformes estudantes de Hogwarts, vieram dos universitários portugueses, que usavam uma capa preta por cima, além da mais forte delas, a livraria Floreios & Borrões, lugar de pura magia onde os estudantes compram seus livros para Hogwarts, e que podemos ver nas cenas de A Câmara Secreta. Tudo inspirado na livraria Lello, nos costumes portugueses e onde mais o nosso olhar pode identificar as semelhanças com o Porto.
Mas, voltando um pouco mais para a livraria em si. Situada na Rua da Carmelitas, ela foi projetada por Xavier Esteves, em 1906 – mais de 100 anos de cultura. A sua fachada segue o estilo neogótico, possui uma impressionante escadaria circular e no seu interior esta exposto mais de 120.000 livros. Outro detalhe que não pode passar despercebido é o belo vitral localizado no teto, onde pode se ler “Decus et Labore” ou seja, dignidade no trabalho.
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Não dá, pra passar por essas escadarias incólume. Apesar da enorme quantidade de pessoas, selfies e muitas fotografias – você fica paradinha lá, esperando um segundo de calmaria, tentando ser a única “rainha da cocada” na escadaria a conseguir a façanha de ser ou de fotografar sozinha o espaço, já digo, é quase uma tarefa impossível, mas ainda assim ela é mágica. não à toa, ela é pura inspiração literária e fotográfica.