Honestamente, nunca parei pra pensar em um dia ir à Flip – Feira Literária de Paraty. Apesar de gostar muito de ler e de ter participado de um Clube do Livro (atualmente desativado), simplesmente nunca me despertou vontade em ir a essa feira. Até um dia ser convidada, pela minha amiga e poeta Bia Penha.
Confesso, a empolgação dela era enorme, afinal como uma boa poeta, essa seria sua terceira ou quarta vez, enquanto que pra mim, seria a minha primeira vez, e, eu não sabia o que me aguardava. Literalmente, fui sem ao menos dar um Google sobre o que ver ou fazer por lá, fiz como diria o Zeca Pagodinho “Deixa a vida me levar”.
A feira começa na quarta-feira e termina no domingo. Chegamos na quarta. Largamos nossas malas na Pousada Literária, onde nos hospedamos e seguimos para a tenda da Flip. O negocio funciona assim, a cada dia são diversas mesas, sobre temas variados, onde geralmente um ou dois escritores respondem as perguntas de um jornalista e da platéia. Cada mesa custa R$50,00 reais – daí existe meia entrada e entradas especiais.
Fiz um bem bolado, comprei uns 7 ingressos divididos pelos 4 dias. Eu tinha um pouco de cada para todos os dia. Agora, mesmo sem ingresso, dava pra fazer parte permanente da Flip, um telão era disponibilizado para quem estivesse do lado de fora. Era só se ajeitar nas cadeiras e assistir.
De tudo que vi e ouvi, me chamaram à atenção dois autores. Um norueguês e uma outra russa. Seus nomes, quase impronunciáveis, eram: Karl Ove knausgård e Svetlana Aleksiévitch. Vou apresentar os meus preferidos, com suas respectivas críticas, dadas pelos mais importantes veículos jornalísticos do mundo. Claro, eu já comprei os livros.
Essa foi a parte literária e intelectual da minha estreia na Flip 2016, agora vou escrever sobre o outro lado, o lado turístico de Paraty. Por isso, começo pela minha pousada. Simplesmente um charme. Ela é bonita, muito agradável, tem uma piscina maravilhosa, as pessoas que trabalham (sem exceção), são todas muito simpáticas e solícitas.
Na parte da manhã, criei uma rotina. Tomava meu belo café da manhã, com direito a ovos beneditinos e capuccino – não posso esquecer, da minha mais nova mania, água morna com limão em jejum, copiando a Bia – em seguida, corria para o sol, ouvia minhas músicas e lia meus novos livros.
**O café da manhã é servido a qualquer hora do dia.
Yummyyy!
Foto clássica, dos pezinhos na piscina!
Entrada da pousada, pelo Centro Histórico!
A recepção!
A sala de leitura!
O visual noturno da piscina!
Pela tarde e começo da noite, a rotina era a seguinte: assistir as mesas na Flip, mesclando com os diversos restaurantes da cidade – cada um melhor do que o outro – além de (literalmente) me “perder” pelas ruas desniveladas de pedra de Paraty, andar por aqui é uma aventura, não existe plano, não existe simetria, por isso, muita atenção para não torcer o pé, não preciso nem falar sobre os calçados, nada de saltinhos ou saltões.
Não tinha nada mais agradável do que discutir, sobre o pós-mesa da Flip, durante o almoço ou jantar, por isso elegi o meu top-top 3 da gastronomia local.
Banana da Terra
Ana Bueno, cozinheira e proprietária do restaurante Banana da Terra. Em 2007, foi eleita pela Revista VIP uma das onze chefs que melhor representam a culinária brasileira.
Dica (experimente):
Entrada – siri catado, com banana, farofa e pimenta de bico.
Prato principal – camarões ao crime fresco e vinho do porto.
Sobremesa – café gourmet com 5 mini docinhos brasileiros.
Quintal das Letras
Sabores da gastronomia contemporânea combinados à cultura paratiense, compõem o menu do restaurante. Elaboradas pelo chef Bertrand Materne, as criações têm ênfase nos sabores caiçaras e utilizam ingredientes de Paraty, como farinha de graúna, peixes frescos e palmito pupunha.
Dica (experimente):
Entrada – ceviche de peixe, com batata barra.
Prato principal – picadinho dos “Deuses”.
Sobremesa – Tarte Tatin com especiarias.
Refúgio
Na Praça da Bandeira, de frente ao mar, você encontrará o melhor da culinária brasileira e internacional, com boas opções em frutos do mar.
Dica (experimente):
Entrada – Bolinho de bacalhau.
Prato principal – Peixada à Brasileira com robalo, pirão, molho de camarão e banana.
Sobremesa – Pera Santa Klauss.
E pra acabar com chave de ouro, meu post sobre a FLIP, deixo a poesia da (minha amiga) poeta Bia Penha, que sintetiza o que eu penso sobre a arte da escrita.
** A Bia lançou o livro Azul, pela Editora Futurama.
Fotos: DQZ/Reprodução