Um dos passeios preferidos dos turistas estrangeiros -leia-se EU- no Japão é conhecer o famoso Tsukiji Fish Market – o famoso mercado de peixes. Tem uma galera bem animada, que acorda na madrugada, pra disputar as poucas senhas e conseguir assistir ao leilão, obviamente este não foi o meu caso, meu amor pelos leilões e afins não ultrapassa um simples rolê.
Chegamos com chuva, mas nem ela atrapalhou os nossos planos. O legal deste passeio é se perder (literalmente), sair sem rumo andando pelas ruazinhas, entrando nos becos e experimentando as comidas. Mas, eu também não sou dessas, fiquei mais na contemplação dos produtos, do que na degustação em si.
Cadê a minha coragem para experimentar?!! muita coisa exótica pro meu gosto, sou uma brasuca que gosta de arroz e feijão. Em contrapartida, tenho uma amiga de viagem, que vai de cabeça nas esquisitices, ela come até o que não sabe o que é. Eca!
Agora, como é bonito e interessante ver o que a gente não está acostumado, não é?! tudo é novo, colorido, diferente, mas o melhor do mercado são os vendedores, todos na sua grande maioria muito simpáticos, tem uns velhinhos mais quietinhos, mas de uma maneira geral rola um comprimento, vários sorrisos e muitas tentativas de comunicação.
Gostoso essa interação com a vida cotidiana do povo japonês, acho que são nesses momentos que realmente conhecemos e entendemos um país. O Japão é lindo e seu povo muito querido.
Ah, o Japão…país milimetricamente organizado, assepsia no grau máximo da higiene, povo simpático no último grau da escala richter, enfim tudo lindo e perfeito, exceto por um detalhe – a comida.
Eu sei, posso parecer um tanto quanto estúpida com essa minha afirmação, afinal neste país é onde se encontra o maior número de restaurantes com estrela Michelin do mundo, mas eu não gosto da comida japonesa do Japão. Eu bem que tentei, juro que me esforcei ao máximo, mas não rolou.
Tudo era muito diferente, exótico e com um gosto altamente de peixe cru, recheado por muitas algas e uma infinidade de outros alimentos, que eu não sei reproduzir quais são as suas finalidades e seus nomes. Confesso, ao sair de um menu degustação em uma tradicional casa japonesa, eu pedi um hambúrguer com batatas fritas no meu quarto de hotel. Culpada.
Enfim, coisas da vida, culturas diferentes, paladares muito mais. Diante deste impasse e depois de mais de 15 dias seguindo uma dieta rígida de peixe com algas, eu necessitava desesperadamente de algo mais acolhedor para o meu estômago, como uma bela massa, um pão italiano pra passar no molho vermelho, algo mais parecido com a minha São Paulo.
Eu e minhas amigas (também sedentas por “um italiano”), resolvemos pesquisar por uma dica de internet, achamos um restaurante na região de Shibuya e seguimos pelo Google Maps, fomos andando pelas ruazinhas de Tokyo, até que nos deparamos com uma simples casinha e seu letreiro, que não deixava dúvidas, o lugar era um ponto italiano no Japão.
Entramos no Addu Mammá, um charmosinho, porém simples restaurante, onde os donos um legítimo italiano e uma legítima japonesa nos receberam com muita simpatia. Até hoje, eu não sei dizer ao certo, se a comida estava “dos deuses” ou se a nossa vontade de variar o cardápio era tão grande, que naquele dia comemos como rainhas.
Tudo estava divino, da entrada a massa, passando pelo vinho tinto, até chegar na sobremesa. Comemos como se não houvesse o amanhã, aliás se o mundo acabasse, morreríamos felizes, com nossos recem-adquiridos carboidratos italianos.
Por isso, essa minha dica vale ouro, pelo menos eu acho, tá?! Se você for para o Japão e depois de uns 10/15 dias, não aguentar mais comer a comida local, não perca tempo, corra para o italiano amigo e se farte de muita massa.
addùmammà
〒 150-0002 Tokyo Shibuya-ku, Shibuya 2-chome, 8-3
T.03.3406.2830
Resolvi me aventurar mais uma vez pelos vlogs da vida, dessa vez minha aventura foi por Aspen, no Colorado. Eu conto um pouquinho sobre a minha temporada na neve, e, eu confesso a todos vocês, que esquiar não é definitivamente minha paixão, mas é a do meu marido, ou seja eu sou “obrigada” a frequentar estações de esqui pelo mundo a fora, passar frio (quase congelar) e esquiar o dia todo, sem descanso (ok, exagero meu).
Meu nível no esqui é razoável/médio/pista verde, com possibilidades de idas eventuais para a pista azul, obviamente, quando o meu medo é controlado, permitindo tal façanha. Já, a minha turma, se encontra em outro patamar, o que ocasiona uma certa desigualdade esportiva entre nós, porque eu nunca consigo e não conseguirei descer uma pista preta na minha vida, nem que eu viva 100 anos, eu descerei. Pra quem não sabe, a tabela das pistas é a seguinte:
Pista Verde: Ok.
Pista Azul: Hum, tá eu vou descer.
Pista Vermelha: O que?!! não, não dá.
Pista Preta: Xzussss, vou morrer.
Pista Double Preta: Morri.
A rotina em uma estação de esqui é seguinte, pensa no exercito, pensou?! antes que falem, eu não fiz exercito, mas meu irmão fez, então vou fazer a comparação. Disciplina militar. Acordo cedo, olho pela janela, vejo aquela neve toda, olho a temperatura no Iphone e rezo pra estar abaixo de -20* Celsius – assim quem sabe todos desistem de sair para esquiar – não, não está -20*, apenas -15*, obaaaaa #sóquenão, vamos esquiar.
Em seguida, chega a hora da vestimenta, um verdadeiro inferno na terra. São camadas e mais camadas de calças e blusas, luvas e óculos, além da bota de esqui, que provavelmente deve pesar uns 5 quilos. Ao sair do lado de fora do hotel, entrando em contato com o ar, meu nariz começa e escorrer sem parar, minha pele resseca e meu pé começa a gangrenar, depois de um certo período.
Assim, começa o meu dia: sobe, desce, sobe, desce, sobe, desce, sobe, desce, sobe, desce. Paro para o almoço, devoro um hamburguer com batatas fritas, tomo um chocolate quente (engordo um monte) e, volto para a pista de esqui. O final da tarde vem chegando e o frio aumentando. Eu sento naquela cadeirinha congelante, o famoso ski lift (teleférico), que me leva lá pro céu, o vento bate na minha cara sem dó, minhas luvas não dão conta de esquentar as minhas mãos e finalmente, eu chego ao topo da montanha.
Começo mais uma descida, meu corpo vai entrando em hiportemia e eu começo a rezar para dar tempo de chegar no final da pista, durante a descida eu imagino ser perseguida por uma avalanche mortal ou penso que, um acidente pode acontecer a qualquer momento comigo, me levando para o fundo de uma fenda, onde eu nunca mais serei achada, minha morte será lenta e solitária.
Finalmente, eu chego sã e salva, Graças a Deus a pista vai fechar e, eu vou poder me esquentar. Tiro aquele monte de roupas e desmaio na cama. Mas antes eu penso, durma bem, viu?! porque amanhã tem mais.
Gostou?! vai querer esquiar?! tenho certeza, que sim! aproveita e assiste o vídeo, tá?!