#Nos40DoSegundoTempo

Quando eles forem embora…

Curioso como a maternidade chega pra cada mulher de um jeito, num determinado momento de vida, mas de uma maneira geral, as mulheres estão adiando a maternidade lá pra frente, hoje em dia é muito comum  chegar por volta dos 40 anos, não é mesmo?! já no meu caso, ela veio primeiro de tudo. Meus filhos deixaram de ser bebês faz muito tempo, são adultos praticamente. Estou numa fase bem diferente da maioria das minhas amigas, que optaram pela maternidade só agora, enquanto elas estão entre uma fralda e uma mamadeira, eu que nem sei mais o que isso significa, estou esperando os filhos chegarem da rua.

Minhas remotas lembranças dessa longínqua fase, ganham alguma clareza, sempre que eu me vejo as voltas com meus sobrinhos e sobrinhas (pequenas/bebês). Algumas horas com eles, basta, é o suficientes pra eu não ter mais saudades do passado, quando lembro de todo aquele esforço físico e do meu “desequilíbrio emocional” materno/imaturo, isso é o suficiente para a minha amnésia seletiva. Bebê cansa muito. Criança não para nunca.

Acho muito interessante, me deparar com minhas amigas quarentonas que vivem essa fase hoje, época onde os filhos são tão nossos, onde a gente leva pra todos os cantos. No meu caso, eu convivo com um pequeno fantasma chamado,”síndrome do ninho vazio” (AQUI). Eu sei que ela vai chegar, mas não sei exatamente quando isso vai acontecer, talvez demore um pouco mais, um pouco menos. Enfim, pode ser que seja mais rápido do que eu queira ou esteja preparada, essa é a verdade.

O fato é que eu sou uma mãe quarentona, na iminência de ficar sozinha – sem filhos – sabe aquela frase do Dalai Lama?! “Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar”, então, é mais ou menos por aí. Algumas vezes eu me questiono “Será que se eu optasse pela maternidade tardia, hoje seria diferente, assim como as minhas amigas?!”. Me sinto confiante, (óbvio com minhas dúvidas, desvantagens e vantagens da idade), mas às vezes penso que sou muito nova, pra ficar longe dos meus filhos, além da certeza de saber que daqui pra frente, vamos criar uma nova forma de convivência.

Quando eu falo que meus filhos são grandes, as pessoas me perguntam “porque você não faz um bebezinho?!”, sabe, eu até acho muito tentador repovoar a casa novamente, assim sai uma geração entra a outra, mas definitivamente não dá mais, como eu disse basta brincar com meus sobrinhos, pra eu ter certeza que minha fábrica está fechada/lacrada. Imagina, dar de mamar pra um filho bebê, enquanto eu espero o outro chegar da balada?! impossível, não tenho estrutura pra essa diferença de idade e de fase.

Tenho dois filhos. Um casal. Não faço ideia de qual deles vai sair primeiro de casa, tenho minhas suspeitas. Mas qualquer um deles que vá primeiro, eu vou sentir muito, provavelmente vou precisar de terapia (pera, eu já estou na terapia) Ufffa. No fundo ninguém se prepara pra uma separação, mesmo que ela seja programada. Eu sei que eles não são mais meus (como quando eram pequenos), e sim do mundo, mas saber que ainda dormem em casa é reconfortante e um grande alívio, acalma meu coração de mãe (quarentona).

#Um papo sobre autoestima

Nos primórdios da blogosfera, muitas blogueiras assim como eu, começaram seus blogs falando de moda. Com o passar do tempo a gente foi acrescentando novos assuntos relacionados a mulher. Eu entrei a fundo no tema da beleza e das viagens, explorei bastante as minhas dicas, resenhas de cremes para o rosto e cabelo. Escrevi meus diários de bordo. Enfim, meu universo era sempre em torno desses assuntos.

Eu até me arrisquei em escrever algumas crônicas. Gosto muito delas. De uns meses pra cá, passei a dar maior ênfase ao tema – comportamento – nele, abordo questões variadas, como minha atual fase de vida, a de ser uma mulher que entrou na faixa dos 40 anos. Isso, além de render vários novos posts, me deixa extremamente feliz e realizada.

A identificação de várias leitoras ao meu novo tema foi surpreendente. Muitas se identificaram, com o que eu passeia a escrever. Por isso, estou me aprofundando cada vez mais nesse universo. O fato de começar um curso de Coaching Holístico, também foi determinante pra nova fase do blog. E, foi assim que eu me aproximei das meninas do Futi – Joana Cannabrava e Carla Paredes – afinal, quando o universo conspira a seu favor, ele atrai coisas boas.

Da mesma maneira que eu senti a necessidade de contar mais sobre essa nova fase, explorando os assuntos femininos com uma nova abordagem, mais real, intimista e profunda, as duas também mudaram o foco do blog. Hoje, o #paposobreautoestima é o carro chefe delas. Desde de autoaceitação até racismo, o Futi explora temas polêmicos e reais, de uma maneira aberta e muito verdadeira. Não à toa, eu participei de um encontro com a Joana (Carla mora fora do Brasil) e outras meninas, para bater papo sobre os assuntos que nos unem e nos separam ao mesmo tempo.

Apesar do frio que fazia em São Paulo, rolou muito calor humano nesse picnic, além de muito desabafo. Teve choro, abraço, beijo e muita alegria, claro, isso é muito importante. Mas o saldo mesmo, além de positivo, foi ver como estamos trabalhando a empatia entre nós. Isso não tem preço, nós mulheres nos desconstruindo uma em frente a outra, nos livrando de velhas amarras e nos tornando mais reais.

Na hora de ir embora, a Jô me abraçou e pediu pra eu contar um pouco sobre a minha nova fase. Que honra poder dividir com as leitoras delas, um pouquinho de mim no Futi. Contei como eu me sinto nos meus 44 anos de vida, o que mudou e o que eu quero pra mim, daqui pra frente e sempre. Acho que o post conseguiu passar tudo aquilo, que eu queria e que estava dentro de mim.

Fotos: Caroline Barrionuevo (@carolinebarrionuevo)

O post começa assim:

 

Eu, 44 anos!

Comecei a blogar antes de entrar na casa dos 40 anos. Apesar de conviver com meninas em média muito mais jovens do que eu, a idade (ainda) não tinha sido um fator de preocupação dentro desse universo da blogosfera, nem fora dela, muito menos na minha vida privada. Ela não tinha me pegado de jeito.

Implacavelmente, essa hora acabou chegando, eu virei uma quarentona na virada da meia noite do dia 31 de Julho de 2013, por vezes confesso que logo no início dessa fase a única diferença era mesmo o número, eu até pensei em omitir (para não ter que mentir) a idade em determinadas situações profissionais, simplesmente ignorava o ano do meu nascimento quando precisava preencher alguma ficha, achava que o fato de já fazer parte das mulheres de quarenta anos pudesse mudar alguma perspectiva em relação ao meu trabalho. Chegar nos eventos e me deparar com a possibilidade de ser uma das mais velhas do lugar com o tempo passou a me incomodar.

E, esse incômodo não parou por aí. Passei a me questionar constantemente, minha mente trabalhava sempre contra mim, criando dúvidas, medos e monstros horrorosos, todos ao mesmo tempo. Passei a me questionar; “Será que não está na hora de deixar de ser blogueira?! Estaria eu fazendo papel de ridícula no meia dessas meninas?!”

O resto, vocês podem ler AQUI.

 

Sobre amigas e intuição…

Sempre me achei meio bruxa, aliás acho que as mulheres da minha família são (quase) todas bruxas, obviamente no bom sentido da palavra. Nada de bruxas más, que lembrem as histórias infantis, apenas bruxas boazinhas, daquelas que fazem bruxarias do bem e para o bem.

Na verdade o que eu quero dizer é, que somos intuitivas. Não é um privilégio meu e da minha família, apenas uma característica. No meu caso, apenas uma habilidade desenvolvida nesses meus 44 anos de vida. Intuição tem tudo a ver com autoestima, quando acreditamos em nós, fica muito mais fácil de acreditar na nossa intuição. Confesso, nem sempre foi assim, já me deparei com momentos onde eu tive dúvidas a respeito dela, afinal não a encontrava dentro de mim.

E quando eu não a encontrava?! dava com os burros n’água. Se trouxermos a intuição para a seara das amizades, minhas apostas/intuição quase nunca falharam. O que falhava era a minha teimosia em reconhecer que ela estava certa. Como assim?! explico. Nós mulheres somos seres que PRECISAMOS de amigas. Nosso relacionamento de amizade é pura energia.

Amizade de mulher é troca de emoções, de carinho, afeto e muita cumplicidade. Não vou generalizar, acho até que homens podem ter relacionamentos desse tipo, mas isso não é a regra, está mais para as exceções. Por isso, a gente se envolve tanto, acabamos criando um vínculo estreito. É só ver a facilidade com que contamos nossos mais secretos segredos, entre amigas – eu sou assim – se eu escolhi uma pessoa para ser minha amiga, não vejo o porquê ser de outra forma. Sou intensa e profunda.

Mas nem tudo são flores em se tratando de amizades femininas. Uma amizade hoje pode virar inimizade amanhã. Triste, porém verdadeiro. Então, como distinguir entre investir nosso tempo, energia  e nossa amizade com alguém?! simples, usando a nossa boa e infalível intuição. Intuir é olhar para dentro. É acreditar em nós.

Já quebrei a cara várias vezes com amigas, agora tento agir de outra maneira. Não dispenso mais energia para conflitos, prefiro agir de uma maneira bem menos belicosa. Não preciso romper, mas posso me afastar. Por que amizade boa daquelas verdadeiras, fazem bem pra saúde, elas produzem uma grande quantidade de ocitocina, substância que acalma e reduz o estresse. Quem tem amigas vive mais e muito melhor, então não dá pra gente perder tempo com quem não é amiga da gente, né?!

Siga a sua intuição, não duvide dela, acredite no que a sua mente conta para o seu íntimo. Seja uma boa amiga, brinde à amizade verdadeira sempre. Seja cúmplice.

Com amor, para TODAS as minhas amigas <3!!!