#Nos40DoSegundoTempo

Meus 2 anjos!

Anjos, quem não tem uma estória pra contar sobre eles?! eu tenho duas e, faço questão de contar sempre que surgi um assunto com esse tema, na verdade meus anjos são pessoas de carne e osso, que me ajudaram em duas situações da minha vida, onde eu queria chorar.

A primeira foi quando eu estava na faculdade de Ciências Sociais, recém motorizada e ainda, com pouca experiência no quesito direção defensiva, estava voltando para casa pela Avenida 23 de Maio, pra que não é de São Paulo, essa avenida geralmente está sempre congestionada, apinhada de carros de todos os tipos. Pois bem, assim que entro nela e ando alguns metros, meu carro começa a engasgar até parar de vez. Fui tomada por um pânico, não sabia o que fazer, os carros começaram a buzinar, a tentar desviar e uma enorme fila se formou atrás do meu carro, parado na pista do meio de uma das maiores avenidas do estado.

Meu pânico durou apenas alguns minutos, do nada, um “anjo” parou o seu carro atrás do meu, desceu e começou a empurrar o meu carro para o acostamento, em seguida, estacionou o dele ao lado do meu. Foi quando veio em minha direção, olhou pra mim e disse “Acabou a gasolina, vamos no posto buscar um pouco”. Sim, esse homem, esse anjo, não só me salvou das buzinadas e cara feia dos motoristas, como ainda me levou no posto pra buscar gasolina.

Chegando no posto que ficava fora da avenida, conseguiu um recipiente pra transportar minha gasolina, voltou novamente comigo pra 23 de Maio, que eu não posso deixar de falar, estava infernal com trânsito super pesado, o que fez com que ele tivesse perdido no mínimo 1 hora do seu tempo. Estacionou seu carro mais uma vez ao lado do meu, desceu, colocou a gasolina no tanque – coisa que eu não saberia fazer sozinha – afinal, nem lembrar de colocar gasolina, eu lembrei, né?!! esperou eu ter certeza que o meu carro estava funcionando bem, se certificou que eu teria tempo suficiente de encher o tanque, abastecendo no posto mais próximo e por fim, ele me disse “Eu tenho uma filha da sua idade, se isso acontecesse com ela, eu também gostaria que alguém ajudasse”.

Até hoje eu não sei o nome do meu anjo, acho que fiquei tão nervosa com aquela situação, eu era uma motorista super inesperiente na época, que o nome acabou passando batido, mas obviamente eu agradeci toda aquela gentileza, fiquei sem palavras pra tanta generosidade. Portanto, quem conhecer o meu anjo, fala pra ele, que eu nunca me esqueci disso e ele está sempre nos meus pensamentos. Anjo número 1, sem nome.

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Meu outro bom anjo, era novaiorquino, ou pelo menos o fato se passou por lá. Recém mudada para Nova Iorque, mais precisamente na primeira semana, saímos todos em família para um programinha com as crianças, que eram pequenas – leia-se 6 anos e 2 anos e 10 meses. Usamos o metrô na ida e na volta seria o mesmo meio de transporte, afinal ele é rápido e eficiente.

Chegando na estação meu pesadelo começou. Quem aqui tem marido apressado?! ansioso?! eu tenho. Estávamos chegando perto da porta do vagão, que já estava quase pra fechar, as crianças que estavam de mãos dadas comigo (e não se esquecem, elas eram pequenas), ou seja, o melhor a se fazer era esperar pelo próximo trem, mas como a pressa é inimiga da perfeição, eu recebo uma ordem e a cumpro sem pensar “Entra, entra rápido”, entrei, ou melhor entramos. Detalhe; o Beto, o carrinho da Cora, a chupeta da Cora, o brinquedo do Pedro e a minha bolsa, não entraram no vagão, ficaram pra fora.

Conclusão, estava eu com duas crianças em Nova Iorque, sem lenço, sem documento e com a mão no bolso. Eu ainda não sabia me localizar pelo metrô, não lembrava o nome da estação que precisava parar, senti um frio na espinha de medo, mas não podia demostrar para as crianças, afinal eu era a mãe, né?!

Contei algumas estações e imaginei estar na certa. Desci do vagão, subi as escadas até a superfície e me deparo com uma tempestade caindo lá fora, uma chuva fora dos planos. Impossível, sair com aquele aguaceiro. Precisava esperar a chuva diminuir. Enquanto isso, as crianças começaram a reclamar, um estava com fome a outra queira a chupeta e, eu queria a minha mãe.

Quando finalmente, a chuva deu uma pequena trégua, saímos da estação, ainda chovia, menos, mas chovia, nossa opção era sair e tomar um pouco de chuva ou ficar com as crianças com fome, sede e sono esperando mais ainda. Optei, pela primeira, subindo as escadas pra chegar na rua, com uma criança no colo e o outro segurando a minha mão. Pausa. Imagino que a minha cara deveria estar péssima e assustada, naquele momento, porque assim que entrei na rua, um jovem vendo a minha situação, simplesmente entregou o se guarda-chuva pra mim, assim do nada, sem imitir uma única palavra, esticou a mão, me entregou e foi embora, mal tive tempo de dizer “Thank you, so much!!”. Anjo, número 2, também sem nome.

E, pra terminar essa estória tragicômica, saímos (obviamente) no lugar errado, era hora do rush e havia uma fila gigante pra pegar o taxi. Não me intimidei, quando um parou próximo a nós 3, me joguei dentro do carro com as crianças e nem olhei o povo na fila, que a essa altura deveria estar chocado com tamanha cara de pau. Sorry, lei da sobrevivência, precisávamos chegar em casa sãos e salvos, depois dessa aventura pelo metrô da Big Apple. Ah, enquanto eu passava todo esse perrengue com as kids, meu excelentíssimo marido nos aguardava calmamente, em casa.

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Resumo: empatia significado;

Empatia significa, a capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar compreender sentimentos e emoções, procurando experimentar de forma objetiva e racional o que sente outro indivíduo.

A empatia leva as pessoas a ajudarem umas às outras. Está intimamente ligada ao altruísmo – amor e interesse pelo próximo – e à capacidade de ajudar. Quando um indivíduo consegue sentir a dor ou o sofrimento do outro ao se colocar no seu lugar, desperta a vontade de ajudar e de agir seguindo princípios morais.

A capacidade de se colocar no lugar do outro, que se desenvolve através da empatia, ajuda a compreender melhor o comportamento em determinadas circunstâncias e a forma como o outro toma as decisões.

Meus anjos na verdade, foram pessoas que se colocaram no meu lugar, que sentiram a minha aflição e foram capazes de atos de grande altruísmo, um ajudou uma jovem universitária no trânsito e o outro, uma jovem mãe. Tão bom, se as pessoas trabalhassem a empatia em vários campos da vida, tudo seria mais leve e menos rancoroso. E você, já teve um anjo na sua vida?!

Minhas bolsas, desapegando…

Sempre me considerei uma pessoa muito organizada, no passado meu comportamento beirava o TOC ou total histeria, tamanho o grau de perfeccionismo que eu me imponha, tudo deveria estar no lugar, até os mínimos detalhes, inclusive uma simples gaveta de cabeceira. Podem imaginar quanto tempo perdido?! afinal, quem consegue o tempo todo deixar tudo arrumado?!

Com o passar dos anos fui ficando mais relaxada, mas não curada totalmente – continuo uma pessoa organizada, vivendo numa casa organizada, mas agora se não der pra arrumar hoje, fica pra amanhã ou depois. Não sofro mais em ver uma baguncinha espalhada, no sábado me permito ser (até) bagunceira dentro do meu próprio quarto. Ok, no domingo eu arrumo tudo, mas convenhamos, puta evolução da espécie, hein?!

Mas, porque eu estou falando da minha mania em organização?! simplesmente, pra chegar no papo sobre o meu desapego, que se me permitem andam de mãos dadas. Quando eu comecei a terapia, nunca imaginei que chegaria a dar um passo hiper/mega/blaster significativo em relação à minha coleção de bolsas, sim eu tenho (ou melhor, tinha) uma. Desde que me conheço por gente, sou apaixonada por elas, do tipo que fazia loucuras economicamente falando pelo alvo do meu objeto de desejo.

Minha excentricidade, acabou me rendendo “fama” entre as minhas amigas e os meus familiares, todos sabem à respeito desse meu investimento acumulativo nas bolsas. Todas elas são devidamente guardadas, uma a uma, em seus respectivos lugares dentro do meu closet, por ordem de importância, tamanho e uso. Sempre que uma nova bolsa chegava, as outras precisavam abrir caminho para a novata entrar, afinal nenhuma saia, em hipótese alguma, mesmo as mais velhinhas continuavam firmes e fortes, dentro dos meus domínios.

Costumava dizer que no futuro, criaria um museu para expor toda a minha coleção, modéstia à parte eu tinha coisa muito boa por lá, umas relíquias de vários momentos da moda – Museu das Bolsas da LuMich – tinha isso como certo, arranjaria um espaço na minha casa para a exposição, tipo aquelas que homenageiam um estilista no MET de Nova Iorque. Eu sei, metida, né?!

Bom, no começo desse ano, estava eu me restabelecendo de uma pequena cirurgia, no maior tédio em casa, olhando para o teto, quando tive um estalo e, disse – “chega!!” – sai catando metade das minha bolsas, foi sobrando até espaço dentro do closet, fiz um rapa gigantesco, tirei sapato, tirei roupa até com etiqueta, foram sacos de lixo (daqueles pretos enormes) cheios, que lotaram a minha sala de TV.

Demorei uns dias pra resolver o destino de tantas roupas, sapatos e bolsas. Fiz pequenas sacolas pra tanta gente, que levou dias pra eu conseguir entregar e assim poder ver a cor do meu sofá novamente. A cada sacola entregue, um sentimento de alívio invadia a minha alma. Achei que doar as bolsas, fosse a pior parte desse desapego ocorrido durante o meu momento de tédio, confesso que resgatei apenas uma das sacolas, mas foi só uma mesmo, juro. O resto foi indo pouco a pouco, uma a uma.

No final das contas, eu entendi do que se tratava todo esse movimento, mas que na verdade não foi assim tão repentino como eu narrei acima. Tudo isso fez parte de um processo longo, que lá no fundo eu precisei passar pra entender quem eu realmente era, afinal tudo aquilo apenas preenchia um vazio, alimentava um personagem, tapava uma ferida, mas não curava. Não há mal nenhum em curtir e amar bolsas, sigo amando- as, mas elas não são mais prioridades, elas não me escravizam mais e, principalmente, não representam quem eu sou. Não será uma bolsa, a responsável pelo o que eu represento. Saíram as bolsas e eu fiquei, do jeitinho como verdadeiramente eu sou.

Desapego é parte de um processo de auto conhecimento, a gente tira o excesso das coisas e sobra a nossa essência. A gente vai fundo. Tira tudo que está sobrando e fica com o que realmente dá paz. Uma libertação em todos os sentidos, a partir de agora, minha reflexão sobre mim é mais apurada, livre de tanta culpa e menos egocêntrica, minha caminhada é mais leve. O que simbolicamente, as bolsas representavam antes na minha vida, hoje elas deixaram de representar e de ter importância.

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Uma viagem pela Romênia

Foram 11:30 horas até Londres e mais 3:00 horas até finalmente chegar na Romênia. Nunca imaginei um dia conhecer esse país, sempre que rabiscava uns nomes na minha lista de países preferidos pra conhecer, este nem em sonho entrava nela.

Então, que diabos vocês devem estar se perguntando, o que você foi fazer lá?! olha, não sei muito bem como aconteceu, mas foi algo totalmente inusitado, eu e minhas amigas fazemos uma viagem (only girls) uma vez por ano, sempre escolhemos destinos fora do convencional, neste ano queríamos algo diferente das viagens anteriores, por isso optamos por dar um tempo da Ásia, afinal tínhamos ido nos últimos dois anos, conversando e como num jogo de War, acabamos andando umas casas pra Europa e caímos na Romênia.

Decisão tomada, Leste Europeu aí vamos nós. Aliás, que decisão mais acertada, depois de anos vivendo sob o regime comunista, uma nova Romênia – parte integrante da Comunidade Comum Européia – se abre para o mundo e para os turistas.

Primeiro dia, começamos explorando a cidade de Bucareste (capital da Romênia), mais conhecida por ser a “Pequena Paris do Leste Europeu”. Nosso primeiro (e, necessário) passeio foi pelo Parlamento Romeno, suas dimensões são espantosas se levarmos em conta o fato do país ter passado por um regime autoritário, cruel e arbitrário. Sua população explorada e expropriada, foi obrigada a ceder as terras para a construção – 350 mil metros quadrados – do que seria o maior edifício da Europa e o segundo maior edifício administrativo do mundo, perdendo apenas para o Pentágono.

Falar da Romênia é um misto de sentimentos, afinal passamos pelo comunismo recente e totalitário, nos deparamos como reinado de Vlad III, Senhor feudal dos Cárpatos e príncipe da Valáquia, conhecido por combater os otomanos e por exterminar um quinto da população do país. Sua crueldade era tamanha que deu origem ao mito do Conde Drácula. Visitamos uma parte dos sete patrimônios mundiais eleito pela UNESCO, entre eles o Igreja Fortificada de Prejmer, datada de 1427, localizada em Brasov – a mais importante cidade medieval e a mais visitada da Romênia.

Agora, melhor do que as palavras pra definir o quanto eu me apaixonei pela Romênia, são as imagens que não me deixam mentir. Mas nada seria como foi, sem a presença fundamental de duas pessoas e uma turma de amigas: Mauricio Polato, nosso guia que já nos acompanha há 3 anos, do Brasil para o mundo. E a melhor guia da Romênia; Ana Cârlan, que além de falar português é a pessoa mais delicada e atenciosa, além da guia mais descolada que poderia ter.

Sobre as minhas amigas, posso afirmar que são as melhores companheiras de viagem (<3) ever.

Deixo meus registros por Bucareste, Sinaia, Brasov, Sighsiora e Sibiu, em forma de VLOG. Como tudo o que é bom, não cabe num vlog só, assista a primeira parte desta viagem por um país que abriga 20 milhões de pessoas, com sua história incrível marcada por lutas, religiosidade e arquitetura, além da localização geográfica única.