Quem te disse que tudo na vida precisa ter uma regra específica?! quem te disse que não seguir essa mesma regra estabelecida é um sinal de fracasso?!não me canso de presenciar discussões sobre educação de filhos, carreira e sucesso, sem que no meio esteja repleto delas.

Como seguir à risca todas essas regras criadas pela sociedade, pelos nossos pais, nossos avós ou por nós mesmos, sem que no nosso íntimo estejamos aptos a maioria delas?! isso significa que, definitivamente, eu não sou capaz de ter realizações futuras, se eu não prestar contas rigorosamente com as regras?! será?!

Como estamos impregnados de tantas fórmulas de sucesso, não é mesmo?! Autoridades, ordens e muita disciplina estão sendo esfregados na nossa cara o tempo todo, mas, em contrapartida não sabemos absolutamente nada sobre as nossas relações humanas (relações do dia a dia). Passamos batido por essa questão como um furacão. Nem ao menos, realizamos que, muitos dos nossos problemas ou falhas em alcançarmos os objetivos dessas “tais” regras, no fundo, são por outros motivos, a falta de orientação emocional e vocação para segui-las.

Uma criança ou um adolescente não se torna um bully simplesmente por hobby. Se fizermos uma análise dentro do  relacionamento familiar desses indivíduos, chegaremos verdadeiramente no mecanismo de funcionamento familiar dessa casa, e, como consequência descobriremos o sofrimento por trás desse bullying. Não adianta impor regras para uma criança com esse perfil, sem entender suas causas, sem levar esse funcionamento em consideração.

Nossa medicina é exatamente assim, ela trata a doença, mas não o que levou a ela. A sociedade age da mesma forma. Um adolescente que não corresponde às expectativas e não segue os padrões e as regras de uma casa é imediatamente taxado de problemático. Ninguém parou e perguntou sobre os seus problemas, sentimentos ou respeitou genuinamente o seu jeito de ser. Já, as críticas são imediatas, sem moderação ou parcimônia. Bem vindos ao mundo da polarização e das cobranças de valores e regras à risca. Se eu penso diferente das suas regras, seremos inimigos. Não quero ao menos tentar entender o seus motivos.

Ninguém mais alcançará o Éden, sem passar pelas crenças criadas por nós mesmos, estas que acabam por nos aprisionar eternamente, por gerações e gerações. Se eu imagino o sucesso como uma única via de largada e de chegada, quem disse que eu serei capaz de alcançar se houver uma curva no meio do caminho?! eu mesma criei um modelo, uma regra e me aprisionei quando eu me projetei vitoriosa, sem ter certeza de absolutamente nada. Pois bem, eu posso passar uma vida nessa eterna busca. Regras não são sinais de certeza.

Desistam delas, mudem suas crenças e seus valores por mais realidade. A disciplina não precisa ter esse gosto amargo. O sucesso não precisa ter uma única fórmula.

Sejamos mais empáticos com os outros e com nós mesmos. Educar um filho pautado em regras rígidas, inventadas e criadas seja lá por quem, não o fará mais feliz, simplesmente porque regra nenhuma é capaz disso. Não acham?!

Alcançar a realização profissional não depende das regras, mas sim do seu autoconhecimento pessoal e emocional. O princípio da incerteza está aí para nos mostrar claramente sobre isso, no final da década de 1920, Heisenberg formulou o chamado Princípio da Incerteza. De acordo com esse princípio, não podemos determinar com precisão e simultaneamente a posição e o momento de uma partícula.

“A razão dessa incerteza não é um problema do aparato utilizado nas medidas das grandezas físicas, mas sim a própria natureza da matéria e da luz.

Se aplicarmos isso as regras, não podemos ter certeza de que elas funcionam perfeitamente e igualmente para cada um de nós com a mesma precisão. Somos indivíduos incertos e múltiplos. Cada pessoa carrega o seu jeito de ser e a sua estória de vida. Podemos nos parecer, nos reconhecer, mas ainda assim somos indivíduos únicos e cheios de incertezas. Quebrem as regras, quando elas não fizerem sentido para vocês! Não é anarquismo, hein?!

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