#Nos40DoSegundoTempo

Sobrevivi: Ano Novo {de uma mãe} de adolescentes

Ele está logo aí, em alguns dias brindaremos a chegada de 2016 e, eu não poderia deixar de expressar os meus sentimentos mais profundos, afinal não sei se fico feliz ou desesperada (literalmente). Vou explicar da maneira mais dramática que eu conheço, afinal o nome deste blog, faz jus a minha pessoa. (totalmente DramaQueen).

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Não, não estou em crise de identidade, muito menos em crise conjugal, meu problema se chama filhos na adolescência. Foi-se o tempo, em que o meu maior trabalho antes de sair de férias, era simplesmente fazer as malas para uma viagem em família.

Tudo era tão simples (ou pelo menos, eu não sabia que o pior estava por vir), eu apenas precisava pensar em quantas peças de roupa eu deveria levar para cada um deles, quantos brinquedos seriam necessários para distrai-los, sem que eles enchessem a minha paciência (tarefa totalmente inutil, mas eu tentava), quantas caixas de leite e Nescau seriam necessários . Enfim, doces lembranças.

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Delícia mesmo, eram as várias tentativas antes de sair para ir à praia – sem antes, voltar para a casa umas quinhentas vezes. Pega brinquedo de praia, pega protetor solar, suquinho pra hidratar, chapéu pra não torrar no sol e a lista segue longa e demorada. Finalmente, a caminho da praia, chegamos. Um filho quer brincar de fazer castelinho na areia o outro filho quer passar o dia dentro do mar. Um, dois, três sorvetes nunca davam conta de tanta gula infantil.

O fim do dia vai se aproximando e minhas tarefas, não. Hora do banho, quando dá tudo certo, demora umas duas horas e meia, quando não, o dobro. Jantar, aquela felicidade. Um quer comer sempre o que não tem no cardápio, outro já não quer comer absolutamente nada, me esforço sem sucesso e o resultado é sempre o mesmo: choro e leite.

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Toda essa introdução foi para dizer que esse esforço, não chega no dedinho do pé do que é ser mãe de adolescentes, em fase de comemorar o Ano Novo. Pela primeira vez, um dos meus filhos foi com os amigos passar a virada na praia, sem n.e.n.h.u.m. adulto ou “de maior” acompanhando esta turma. Já a outra filha a.i.n.d.a passou comigo, mas na companhia de uma amiga, é claro, afinal qual é a graça de estar na companhia dos pais apenas.

Tudo começa a me estressar um mês antes da data, primeiro a surpresa da viagem, segundo as combinações. Não sei se os adolescentes de vocês sabem, mas os meus adolescentes não sabem combinar nada. Fato! um não sabe quantos vão pra praia, a outra não sabe se a amiga vai no dia com a gente ou depois. Um não sabe se precisa levar roupa de cama, a outra não sabe se vai na festa do clube ou não. E, assim segue a lista enorme, cheia de encontros e desencontros.

Eu sempre me coloco na retaguarda, óbvio. Na verdade acho que sou um tanto quanto controladora (minha culpa, minha máxima culpa) mas é muito difícil dar asas para esses adolescentes nos dias de hoje, não acham?! parece disco quebrado essa ladainha, mas o meu medo (e, acredito que de outras tantas mães e pais) são de todos esses perigos do mundo. Enfim, apesar das minhas preocupações, não sou do tipo de mãe castradora, não, acho que eles devem e precisam sair do meu ninho (com muita sofrência eu escrevo isto).

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Finalmente, ele chegou…o Ano Novo. Duas baladas, um longe e um perto. Preocupação a mil, mas eu finjo que tô nem aí. Um me liga horas antes da meia-noite pra desejar Feliz Ano Novo, passo 10.556 recomendações de todos os tipos; não beba muito, não dirija bêbado e nem sóbrio neste dia, não se afaste dos seu amigos, não arranje confusão, não brigue, não apanhe, não pegue a namorado de um caiçara, não, não e não.

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Por aqui, o discurso é parecido. Fiquem sempre juntas, não bebam, não aceitem bebida de estranhos, não voltem tarde (kkkkkkkkk), não, não e mais não. Afinal, não custa falar, né?! quem sabe entre por osmose. Rezo para todos os santos e peço para o anjo da guarda fazer hora extra, serei boazinha e vou compensar meus santos por tanto trabalho neste dia, prometo.

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The day after: lá pelas 6 horas, elas, as meninas voltaram. Ele, só consegui contato depois das 2 horas da tarde, enquanto isso eu pensava “Notícia ruim chega rápido, se não teve nenhuma é porque tá tudo bom, né?!” tentando me convencer que a noitada foi boa e durou até tarde, por isso a falta de um oi. Oi, finalmente. Tudo certo, estava dormindo.

E, pensar que tantos outros Anos Novos, iram acontecer e eu irei continuar rezando e pedindo para todos os santos…A.M.É.M.

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Sono de uma mãe de adolescentes

Já repararam, o tanto que se fala sobre bebês pela blogosfera, quantos blogs e sites especializados sobre maternidade – que existem aos montes – dando dicas de como fazer um recém-nascido dormir melhor ou como ajudar as mães de primeira viagem a amamentarem, sem que os peitos delas sofram tanto.

Explicações variadas e conselhos múltiplos, sobre quantas vezes serão necessárias à mãe, já exausta, acabada, se levantar durante a noite, nos primeiros meses de vida de um nenezinho, para amamentá-lo, trocar sua fralda e fazê-lo arrotar.

O cansaço é enorme. Há quem queira “assassinar” o vizinho, marido, amiga, porteiro do prédio, tamanha falta de privação do sono. Mas nunca o seu próprio filho, mãe é sempre mãe, até na loucura. (contém MUITA realidade).

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Lembro, muito bem que o meu primeiro filho, só veio dormir direito, com 3 anos de idade – isso mesmo, que você leu – quantas vezes, saíamos pra dar uma volta de carro pela marginal, pra ver se o moleque caía no sono, chegamos eu e meu marido a dar 3 voltas!! Pra quem, não conhece São Paulo, imagine uma longa estrada…

Já, a minha segunda filha, o negócio foi diferente. Impus regras rígidas, nada de embalar, nada de conversar, nada de entrar no berço junto (sim, eu fazia isso com o primeiro filho), nada de acordar um milhão de vezes durante a noite. Dito e feito, a menina dormia 6 horas seguidas, para o meu alívio e sanidade mental.

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Porém, eles cresceram…viraram adolescentes. Ou seja, definitivamente, eu não durmo mais (saudades dos meus bebês), sim eu falei isso!. Final de semana, pra mim é uma tortura, ao invés de felicidade, relaxamento e diversão, eu sofro com as baladas noturnas, que começam cada vez mais tarde. Agora, me digam o porquê, eles precisam sair de casa, quase meia noite?! hum?!

Dar “até logo” para um filho, que foi para a balada, sem hora para voltar pra casa, é pior, muito pior do que todas as noites mal dormidas, quando eles eram bebês – os meus bebês.(contém MUITO apego).

Agora, eles são do mundo. Ninguém mais segura. Mas, vamos aos fatos: imaginem, seu filho de 19 anos saiu, vai fazer um esquenta, depois vai para a boate, que supostamente deve ser a mesma onde a sua filha de 16 anos deve se encontrar com o irmão mais velho, para juntos voltarem para casa, em segurança (e sóbrios, obviamente).

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Porém, a filha mais nova está em uma festa/jantar e, só vai chegar depois que a carona dela e das amigas a deixarem na boate (momento tenso), para se encontrar com o irmão mais velho. Obviamente, as meninas devem andar sempre em bando. Regra de casa, ou não sai.

Tão seguindo?! Então, durante todo este processo de idas e vindas, a progenitora (no caso, EU) envio uns milhares de WhatsApp(Sssssss), para saber se toda essa logística está funcionando direitinho. Às vezes, sou prontamente atendida, mas quase sempre com respostas curtas e na maioria das vezes grossas, do tipo: sim ou não.

Enquanto isso, a madrugada vai me engolindo, meu sono desaparece e meu marido dorme, ronca, sem imaginar o quanto eu estou trabalhando nos bastidores para tudo dar certo. Finjo que vejo algum programa de televisão, mas estou em outro planeta, o planeta preocupação.

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Depois de horas acordada, tento sem sucesso, continuar acessa, mas o cansaço me vence e eu acabo cochilando um pouco, até ser acordada de supetão, por aquele instinto maternal, que diz “Mãe, não tá na hora dessas crianças voltarem pra casa, não?!”.

Volto a sala de monitoramento – WhatsApp – e insisto em querer saber se eles já estão voltando pra casa (e, pelo amor de Nossa Senhora Aparecida). As respostas são sempre, como eu posso dizer – insatisfatórias. Quando finalmente, eu leio, depois de várias horas de espera, as palavras mágicas “Estamos voltando”, uma lágrima escorre do meu rosto (contém MUITO exagero).

Escuto um carro parar na porta de casa e a porta se abrir, continuo na cama fingindo estar calmíssima, fingindo que não sofri este tempo todo morrendo de preocupação, fingindo que sou uma mãe equilibrada capaz de dar liberdade para eles crescerem na vida, fingindo que não sou um poço de mãe super protetora, e sim liberal, tudo isso para não sair correndo e ver se os dois estão, todos sãos e salvos dos perigos da noite e se os dois estão, com todos os seus pedacinhos no seus devidos lugares.

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Os dois fazem algum barulho (afinal, é madrugada, né?!), até que o silêncio finalmente impera dentro de casa, e, eu finalmente posso dormir tranquila. Porém, no dia seguinte, fatalmente acordarei cansada, como se eu estivesse ido (juntamente) com eles para balada, porque mãe de adolescentes é assim…como padecer no paraíso (contém MUITA ironia).

*Quando você achar que amamentar tá osso, lembre-se que o pior ainda está por vir… (Contém MUITA maldade).

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