Das polêmicas {comportamentais} desse Carnaval, temos ?:::: os peitos “caídos” de Bruna (e, sem silicone), a coleira (anos 90) ”nada original” de Sabrina, os libs “ousados” (nos mamilos) de coração da Cléo. Além, das questões de cunho sociais/antropológicas, como a pergunta sobre o uso do cocar ser ou não uma apropriação cultural dos índios e suas tribos?? se fantasiar de Jojo Todynho não é fantasia é preconceito?! será que o mesmo exemplo, pode ser usado pra quem se fantasiou de Ivete grávida?! Enfim, temos assuntos não é Genthyyyyy?!!! ?
Enfim, vamos falar de MULHERES, da relação do corpo feminino e o Carnaval, deixo as outras questões acima para um próximo post.
**Estou fantasiada de mim mesma, vai que, eu desrespeite alguma regra do politicamente correto, né?!
Vamos por partes, começaremos por uma pergunta na lata “Que diabos se passa na cabeça das pessoas, em ditar regras sobre as formas em relação ao corpo de outras mulheres?!” Sim, mulheres, porque passa Carnaval, entra Carnaval e, é sempre sobre os nossos corpos femininos que as pessoas falam, reclamam e ofendem sem o menor pudor.
Desde quando foi instaurado um padrão único e absoluto do tamanho e formato dos seios femininos?! Ora pois, os seios da Bruna são perfeitos, simplesmente porque não existe certo ou errado. Se ela não usa silicone ou, se ela não turbinou o tamanho deles, é, porque, ((certamente)) ela esta satisfeita e feliz com eles. E, se não estiver, isso não é da minha ou da sua conta, concorda?!
Sendo assim, nem eu e nem você temos nada a ver com isso?!
Vamos nos libertar das amarras desses velhos padrões de beleza impostos à nós mulheres, não é mesmo?! Ao invés de usar o megafone SEMPRE apontado para as críticas, vamos usá-lo para DAR liberdade aos diferentes tipos de corpos e seios que existem em nós. Vamos cuidar da nossa própria vida.
Aliás, minha meta em relação aos meus seios é me libertar cada vez mais do sutiã. Já, abandonei todos aqueles que me apertavam, incomodavam e limitavam meus movimentos. Meu melhor aliado hoje em dia, são os tops: confortáveis, leves e macios, além de dar aquela sustentação básica, sem esmagar os meus seios. Pura liberdade.
Também quero andar sem sutiã na rua, sem me sentir nua. Sem que meus mamilos chamem toda à atenção como se eles fossem uma afronta aos bons costumes. Quero andar sem nenhum olhar desaprovador ou pior, aquele olhar sexual de um tarado neles. O chamado constrangimento na alma.
Que um decote diga muito mais sobre o meu gosto fashionista, do que a minha moral. Ela é minha, assim como o meu corpo. Se eu mostro mais ou menos, ninguém tem nada a ver com isso. Tenho ódio mortal de ainda ouvir a seguinte frase, carregada de preconceito “Mas essas meninas vão pra balada com a barriga de fora e a saia cada vez mais curta”. Problema é seu meu senhor e minha senhora, se a sua mente é no mínimo retrógrada, atrasada e ultrapassada, não venha julgar a roupa alheia.
Ainda sobre peitos “Porque essa celeuma toda em relação ao visual “ousado” da Cléo?!” Os grupinhos dos moralistas de plantão do Whastapp estão neste momento passando e repassando um vídeo “indecente” dela se divertindo na night carnavalesca, devidamente com suas “tetas de fora”, como gostam de falar. Oh, que escândalo!#SQN.
Quanta incoerência. Ela está no Sambódromo, assistindo a um desfile de Carnaval, onde outras mulheres desfilam seus corpos em suas fantasias igualmente “ousadas”. Porque, ela é então, a vítima do megafone das críticas?!
Ora pois, mais um caso de falta do que fazer. Agora, o mais chocante são sempre os comentários, na sua grande maioria denegrindo a moral da pessoa. Como se a “ousadia” dela fosse um pecado ou sinal de vulgaridade. Como se a mulher tivesse nascido pra ser casta e nada mais. Como se a mulher não podesse expor seu desejo e sua sexualidade.
Enfim, só lamento. Melhoramos muito, mas ainda falta um longo caminho pra que, mulheres e homens deixem de temer essa nova mulher, cheia de desejos, segura e dona do seu próprio corpo. Afinal, Não é não. Nesse Carnaval devemos nos ater ao que realmente foi um marco, a disseminação da palavra NÃO da mulher contra o assédio, do respeito, da brincadeira sem excessos, ou do avançar do sinal vermelho.
Sobre a Sabrina, entre uma homenagem e outra (Luma de Oliveira & Duda Nagle), nada de novo. Não achei submissão, nem tão pouco, machismo às avessas, apenas um pouco de falta de originalidade. Mas como ela mesma disse “Não tem nada mais feminista do que a gente homenagear outra mulher. Não é verdade?!“, nisso concordamos, pelo menos eu concordo com ela. Acho muita evolução feminina, mulheres que se elogiam, se reconhecem e trocam opiniões civilizadamente. Afinal, não tem nada mais empoderado do que respeitar a decisão de uma mulher.
Com tudo isso, vamos recapitular algumas lições comportamentais:
- Meu corpo, minhas regras
- Não é Não!!
- O corpo é meu, você não tem nada a ver com isso
- O seio é meu, você não tem nada a ver com isso
- Somos milhares, como pode existir apenas UM padrão de beleza a ser seguido?!
- Leve seu megafone de críticas para o seu terapeuta, você está precisando se olhar primeiro
- Chega de difamação moralista nas redes sociais