Não, eu não acompanhei ao vivo a premiação do Emmy 2015, ontem pela televisão e também, não quero falar sobre os melhores looks das celebridades, deixo isso para outras colegas blogueiras, que fazem essas resenhas com maestria. Meu assunto, aqui, hoje neste post sobre o famoso Emmy, foi justamente sobre a atriz Viola Davis, que fez história na noite passada, ao ser a primeira negra a vencer o prêmio de melhor atriz em uma série dramática. Detalhe, estamos em 2015, ok?!

Além, do fato inedito em si, o que mais marcou esta premiação foi o discurso empoderador da atriz negra, nos fazendo enxergar uma realidade que acontece não apenas nos Estados Unidos (onde aconteceu o prêmio), mas ao redor do mundo. Se trouxemos este discurso para o Brasil por exemplo, podemos enxergar o quanto o negro ainda não alcançou um papel de destaque nas telas, muitos ainda são escalados para papeis pequenos ou clichês, como: escravos, empregados e marginais.

Nascer negra e mulher neste mundo, não deve ser tarefa das mais fáceis, o racismo é cruel e muitas vezes ardilosamente dissimulado. Não poderia deixar de mencionar a fala do rapper brasileiro, Emicida (em um programa de televisão AQUI, neste final de semana), a respeito da missigenação brasileira e sua falsa sensação de “direitos iguais”, afinal pontuou ele “O táxi não para, mas a viatura para. Esse é um problema urgente do Brasil”, se referindo ao simples fato de uma pessoa de cor, ser tratada de outra forma pela sociedade, que jura ser livre de preconceitos.

emicida

Um discurso, uma fala, um em inglês e o outro em português, os dois no final das contas se completam e se amalgamam, porque o que todos negros, pardos e miscigenados querem é: oportunidade, como disse Viola no seu discurso a seguir.

“Em meus sonhos e visões, eu via uma linha, e do outro lado da linha estavam campos verdes e floridos e lindas e belas mulheres brancas, que estendiam os braços para mim ao longo da linha, mas eu não poderia alcançá-las, eu não sei como ultrapassar essa linha, isso foi Harriet Tubman nos anos 1800.”

“Deixem-me dizer uma coisa: a única coisa que separa as mulheres de cor de qualquer outra pessoa é oportunidade. Você não pode ganhar um Emmy por papéis que simplesmente não existem.”

“A minha história não termina aqui”.

“Há muito trabalho que precisa ser feito em muitas áreas para negócios com atores de cor, tantas narrativas, tantas histórias que precisam ser vistos e sentidas.”

Fotos e Vídeos: Reprodução