#Nos40DoSegundoTempo

A minha mulher maravilha

Eu não gosto de acordar cedo, aliás nunca gostei, mas desde muito pequena me ensinaram “Deus ajuda quem cedo madruga”. Puta sacanagem esse ensinamento (ops Senhor, desculpa o palavrão aí), imaginem só, mulheres como eu, apaixonadas pela noite, condicionadas a acharem a manhã “o” certo. Além disso, como forma de “castigo” por não conseguirmos acordar cedo (junto do galo cantando), ainda estamos predestinadas a ficar sem a ajuda de Deus.

Por isso, obrigatoriamente, eu pulo da cama com aquela vontade enorme de ir pra academia e fazer a aula de corrida da professora Bruna às 6:00 horas da manhã (contém ironia), desista – isso, definitivamente só seria possível se eu tivesse ainda dormindo – ou seja, eu ainda estaria na cama sonhando e, isso não vai acontecer. Simplesmente, eu prefiro a noite, não gosto de fazer ginástica cedinho.

Notívagas, uni-vos!! chega dessa ditadura de que o dia foi feita só para trabalhar e, a noite só para gandaiar. Eu sou infinitamente mais criativa e produtiva durante ela (ou pelo menos depois do meio-dia). Escrever nunca foi tão fácil e prazeroso, com a escuridão da noite.

Começa por aí a “minha” cobrança sobre a “minha” mulher maravilha (apesar de dormir tarde), eu ainda me obrigo a continuar acordando muito cedo, caso contrário, vocês já sabem, né?! fico sem a ajuda “do Senhor” ou me sinto em falta com as minhas obrigações.

Afinal, aonde se encaixa a questão da mulher maravilha?! aquela que é maravilhosamente maravilha “E” perfeita?!

Começo o dia já em dívida comigo mesma. Não sinto o mesmo mérito quando pela manhã, não “cumpro” com as regras da mulher maravilha. Acordar cedo e produzir loucamente.

Porém, todavia, contudo…

Finalmente, tomei a decisão de mudar alguns dos meus horários matinais, principalmente foi com o horário da academia que, eu tive um divisor de águas. A mudança nem foi TÃO radical, apenas atrasei as minhas aulas para às 10:00 horas (uma hora pra frente). Uma pequena adaptação e um grande alívio pra mim.

Meus diálogos internos sabem o quanto demorei pra tomar essa (óbvia) decisão, afinal por mais que eu não precise mais acordar cedo pra dar de mamar ou levar as crianças pra escola (elas cresceram, faz tempo tá!) eu estava naquela de continuar achando que, mesmo sem filhos pequenos ou sem trabalho onde eu precise bater o cartão de ponto, com uma flexibilidade de horários, a minha mulher maravilha insistia na obrigação moral de continuar acordando cedo. Sem se importar com o horário em que eu fosse me deitar. Afinal, sempre foi o certo ou o esperado entre as pessoas trabalhadoras e de bem, não é mesmo?!

Me dar o direito de dormir até UM pouco mais tarde, foi libertador e um ganho na minha qualidade de vida/cansaço, até porque quem disse que eu consigo dormir antes da 1:00/2:00 da manhã?! Se eu fizer as contas, eu estava devendo horas de sono para o meu sono, com juros e correção monetária.

Então, falar deste detalhe da minha rotina, pode parecer tolo, bobo ou até mimado, mas no fundo essa mudança foi tão significativa pra mim, porque ela incorpora toda essa minha projeção do arquétipo da mulher maravilha ser perfeita, ser a mulher que dá conta do recado, que não desanima, que vence todos os desafios, que não esmorece, que acorda cedo pra ir na ginástica, pra trabalhar fora, que não tem sono (mesmo quando dorme pouco), que vai e faz – eu posso imaginar até, um fundo musical dramático narrado pela voz do Cid Moreira ao fundo – tudo isso pra dar aquela intensidade a essa minha narrativa do que eu costumava esperar da minha mulher maravilha. De mim mesma.

A verdade é que, a minha mulher maravilha, assim como a sua passou a vida toda sendo condicionada por um monte de merdas regras de perfeição, por crenças e convenções culturais que nos aprisionam em caixas. Agora, eu me pergunto e estendo a você “Quem disse que está certo acordar cedo e errado acordar tarde?!”

Se eu tenho a escolha, eu vou escolher o que se encaixa nas minhas necessidades, no meu temperamento e no meu jeito de ser, não mais nas necessidades alheias do que eu um dia imaginei ser certo, condicionado apelo olhar do outro ou pelo olhar social.

Por isso, um recadinho para a minha (aproveita e mando o seu recadinho também) mulher maravilha:

“Aceita logo, você não nasceu pra ser nenhum exemplo de atleta de alto rendimento ou galo de poleiro pra acordar antes das 6:00 horas da manhã, e, quer saber colega?! tá tudo bem, a mulher maravilha que habita dentro de você, pode viver sem isso”.

“Não se culpe, não se cobre, todas nós temos limitações ou simplesmente, preferências e uma fisiologia particular, OK!!”

Agora, o meu recado é amplo, irrestrito, estendido e multiplicado para todas as mulheres maravilhas desta galáxia. Se vocês não conseguiram ticar ✔️ todos os afazeres do dia, se vocês não deram conta da demanda rígida auto imposta, simplesmente liguem o botão do foda-se. Não tentem ir além de seus limites físicos e emocionais, deem um desconto, não se cobrem perfeição, gata garota, ninguém nesse planeta terra o-é, nem mesmo os super-heróis, nós as super-heroínas também não somos.

Cansa pra caraio, tentar suprir tudo o que nós esperamos de nós mesmas (além da demanda social). E, por favor, não vamos mais sofrer quando nós não “dermos conta”, nem morrer de tanto desgosto interno, combinado?! Seja honesta com você, será que eu preciso fazer isso tudo?! Será que “eu” preciso acordar tão cedo?! Faça a sua pergunta!

**Motivos pelo qual eu (ainda) POSSO acordar cedo:

  • Pegar um voo cedo para viajar (lazer)
  • Não dormir para ver o por do sol (gratidão)
  • Fazer exame de sangue (obrigação)

Segue a dica:

*Se não quiser adoecer – “Aceite-se”*

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia

Quando a gente se une!

Desde que eu comecei a estudar e me aprofundar mais nas questões sobre o feminino e a terapia holística, eu passei a acreditar cada vez mais no entrelaçamento quântico entre as pessoas. Não à toa, a gente esbarra com uma pessoa que acabamos de pensar apenas algumas horas depois ou recebemos uma mensagem de alguém a quem estávamos prestes a fazer o mesmo, não é mesmo?!

Há quem chame isso de coincidências do destino, eu prefiro dizer que são as ondas mentais, entrando na mesma frequência. Sempre acreditei que a união faz a força, que um coletivo feminino é estranhamente poderoso, na prática as minhas experiências sempre foram muito ricas a ponto de mexer com vários paradigmas meus. Elas, sempre foram boas e me deram muita experiência, recentemente eu descobri o quanto elas são poderosas internamente. É, verdade, eu já fazia parte de alguns grupos de mulheres, tanto pela internet quanto alguns grupos de amigas ou outras parceiras, todas ligadas pelo mesmo propósito: incentivar e ampliar as conquistas femininas. Então, experiência com mulheres sempre houve. Dessa vez, a experiência foi um pouco diferente, um petit comitê de 5 mulheres.

Inclusive, eu criei o projeto #Nos40DoSegundoTempo { AQUI } que está criando asas a cada dia, tenho ótimas perspectivas no horizonte e em breve, teremos o nosso segundo evento para nós mulheres.

Meu universo feminino conspira a meu favor.

Diante de todas essas conquistas particulares, frutos do meu autoconhecimento, eu passei a um segundo estágio, o de  me desnudar por inteira, eu venho trabalhando dessa maneira há algum tempo. Isso vem me levando à constantes descobertas, insights e aprimoramento (com afinco) nas mudança das minhas sensações negativas, afinal elas devem estar em alinhamento com a minha narrativa. Nada adianta narrar um sentimento, se eu sinto de outro jeito. Vejo com frequência nós mulheres sentirem de uma forma e externarem de outra.

As dores são perturbações da mente

Foi aí que a união faz a força. Diante de tantas aulas, muitas dúvidas e uma enorme curiosidade em desvendar os mistérios do nosso subconsciente, decidimos criar nosso grupo de estudo/terapia. Pode parecer ousadia da nossa parte, afinal estamos em formação, mas desde que começamos só tivemos momentos extremamente enriquecedores e, eles mostraram o quanto está valendo a pena essa união. O trabalho é árduo, o que se vê na ponta do iceberg pessoal de cada uma de nós é só uma pequena parcela do que se encontra por debaixo dele, nossas memórias são seletivas, elas escondem o sofrimento e a dor aparentes, mas não deixam de se manifestar no nosso dia a dia, muitas vezes em forma de doença. Por isso, essa reforma interna e tão intima faz com que, a gente passe a reconhecer o nosso valor e se livre da culpa.

  • Mente consciente = a existência
  • Mente subconsciente = o arquivo das nossas crenças
  • Mente Inconsciente = a memória implícita/explícita

Tapar o sol com a peneira nunca foi muito eficiente, não é mesmo?! então, se deparar com quem você realmente é de verdade sempre será a melhor saída pra sua autoestima. Valorizar o seu lado bom, perdoar o seu lado não tão bom assim, enfrentar suas limitações de frente, tentar superar seus medos de peito aberto e, no meu caso ver o que a chegada dos 40 anos está me proporcionando de bom, e aceitar o que tem de ruim, sem me tornar uma vítima da idade muitas vezes estigmatizada, criando uma estratégia mental a meu favor.

Recomendo MUITO que nós mulheres criemos pequenos grupos entre nós, quantas vezes temos problemas e não temos recursos para buscar ajuda de profissionais, cada uma de nós tem sempre um pouco pra passar, pra ensinar ou apenas para amparar. UM abraço apertado muitas vezes basta pra mudar o nosso humor e criar esperança aonde não se tinha mais.

Não costumam falar que nós mulheres não sabemos ser amigas umas das outras?! que a inveja e a intriga rola solta?! essa foi a maior crença coletiva inventada na história até hoje. Crescemos e ouvimos essa ladainha. Ok, o mundo não é cor de rosa, mas também não é 100% traiçoeiro. Dá mesma maneira que, a nossa mente encontra “sem querer” aquela pessoa, podemos fazer o mesmo com nossas amizades. Encontrar amigas que estejam na mesma sintonia que a nossa e, se for o caso desapegar de amizades antigas que não acrescentam mais nada, pode ser o caminho pra nossa liberdade. A vida é feita de ciclos, as amizades também são assim.

Muitas mulheres me ensinaram muitas coisas, mesmo aquelas que me fizeram sofrer. Acredito que eu também fiz o mesmo tanto para o bem, quanto para o mal, com outras tantas mulheres, mas não é porque existe  “uma fama” entre nós mulheres que, não exista a união verdadeira. Somos muito melhores que as fofocas e as intrigas criadas. Somos mulheres e amigas. Nossa evolução está atrelada a novos horizontes, novas “famas” e mudanças de conceitos pré-estabelecidos. Por isso, eu sempre vou acreditar: A união faz a força!

O Efeito manada entre as mulheres

O Efeito Manada significa: quando uma compra, todas compram ou quando uma vai, todas vão. Mas não se preocupe, vou explicar com requintes de detalhes (e, crueldade) – afinal, não dava pra perder a rima, né?!

Imaginem, um grupo onde todas são ímpares, cada uma com uma personalidade marcante, forte, profissões ainda mais diferentes entre si, mulheres que sabem que ser diferente é ser única, original, afinal deixamos a adolescência “a long time ago” e, não caímos mais nos deslizes da fase em questão, onde tudo o que mais queríamos era o sentimento de pertencimento.

Hoje, nada de fazermos tudo em bando, nada de nos vestirmos como cópias umas das outras, nada de ser “cop cat” da amiga. Seja você mesma, somos indivíduos únicos, blá, blá, blá…será mesmo?!

O fato é que, durante uma viagem entre amigas, se uma chega com uma novidade (compra/shopping), pode ter certeza lá estará formado o efeito manada {1} – na minha opinião o mais dramático de todos. Sua individualidade vai para as picas, pro saco, o objeto de desejo dela, se torna o nosso também e saímos todas marchando diretamente para o alvo, ensandecidas entrando pela porta da loja gritando nosso número, antes mesmo de dar “Bom dia”, para a atônita vendedora.

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Ocorre no local uma batalha feroz, porém civilizada (se é que isso pode ser definido, dessa maneira) entre as participantes, tentamos manter a calma, a disciplina e principalmente o respeito entre nós, mas no fundo queremos pegar o nosso objeto de desejo e sair correndo para o caixa, como sinal de vitória.

Quem conseguiu, conseguiu, quem não conseguiu no íntimo fica decepcionada pela perda da primeira batalha, porém não se entregue a tristeza, sim haverá outras tantas. Falando mais sobre o tal efeito, temos aqueles casos típicos de eu sou a “Rainha das Dicas”, jogo uma super na mesa e espero em segundos recolher os louros por ela. Aí começa, “Passa a dica pelo WhatsApp do grupo?!” “Não vai esquecer, hein?! passa agora”. Efeito Manada {2}.

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Você é a “phodona” neste exato momento, sua dica foi aprovada por todas, todas querem, mesmo sabendo que não precisam tanto assim da dica, ou até mesmo sabendo que nunca vão usar a mesma, porém o importante é tê-la consigo. Propriedade particular.

Repare na próxima situação, ficando mais loira, tá lá a sua foto ou da coleguinha no Instagram (toda trabalhada no contraste e na saturação), não demora muito e você recebe uma DM (direct message), “Oi, que linda a cor do seu cabelo, aonde você pinta?!”, certeza, Efeito Manada {3}. Em breve aquela amiguinha não só estará loira, como estará sentada na cadeira do seu cabeleireiro. Ah, isso serve para corte, também, viu?!

O Efeito Manada {3} é muito parecido com o Efeito Manada {4}, ele trata da área médica. Se você aparecer magra, ou com a pele iluminada, ou ainda com uma barriga chapada daquelas, ou com à libido no céu, eu dou um pedacinho do meu dedo mindinho, que mais uma vez o seu nutricionista, o seu dermatologista, o seu plástico e o seu ginecologista serão obviamente os nossos. Mesmo que isso signifique ir uma vez e nunca mais voltar neles todos, constatando o fato que os nossos antigos médicos continuam sendo os nossos preferidos, as novidades muitas vezes são passageiras.

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E por fim, last but not least, vamos ao Efeito Manada {5}, aquele que trata das questões do espírito, da sorte, do lado zen da vida, aquele que começa assim “Menina, fui numa taróloga maravilhosa” ou “Você não sabe, comecei a frequentar um centro espírita”, “Minha vida mudou, fiz a famosa Constelação”. A pessoa nem termina direito de falar, já estamos em cima dela com o celular na mão, querendo anotar o nome e endereço do guru/mãe de santo – até mesmo as atéias, entram na dança –  imediatamente começamos a rezar pra São Longuinho, pra ver se “acha” uma consulta rápida, vai que ele ajuda, né?! afinal, ele é o santo dos achados. Imagina, ficar sem saber do futuro, da sua sorte e dos seus encostos?!Sarava.

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Quem já se viu em uma, mais de uma ou em todas essas situações, aí?! não se preocupe com a resposta colega, porque tamô juntas!!! somos mais parecidas do que imaginamos e, melhores quando nos unimos. Afinal, não existe certo ou errado, nada de taxar a coleguinha de invejosa e muito menos sair falando mal pelas costas, né?!

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