Para quem pensa que morar em Nova Iorque é só glamour, na verdade nem sempre é assim. Vou contar uma história que muitos até podem duvidar da veracidade, tamanho o grau de surrealismo, mas aconteceu comigo…

Cansada após meses de frio e neve, finalmente o tão aguardado verão dá as caras e com ele o Playland, o parque da cidade, volta às suas atividades normais.

É sábado de manhã e todas as crianças de Rye – NY se preparam para o grande dia: a abertura do parque.

Enquanto isso, eu trato de deixar a casa arrumada e, atentendo ao pedido do meu landlord, eu autorizo previamente a entrada dele e de sua filha, vestida de noiva, para uma sessão de fotos na casa em que ela morou quando criança.
Como de costume, deixo a porta destrancada para facilitar a entrada do meu landlord e parto rumo ao parque com as crianças.

Depois de horas no parque, exausta, deixo as crianças brincando na casa de uma amiga e volto pra descansar em casa.

Agora, imaginem a situação: quando eu me aproximo da rua de casa, me deparo com a entrada da garagem bloqueada por um monte de carros.

Olhando para dentro da casa pela janela, vejo uma multidão de pessoas comendo, bebendo e ouvindo música, como se a casa fosse realmente de outra pessoa.

De repente, o meu landlord me vê, vem até a mim com a maior naturalidade do mundo, me cumprimentando, como se eu fosse mais uma convidada da festa. Completamente desconcertada, entro correndo para o meu quarto e tento compreender toda aquela situação bizarra na minha sala.

Continuo sem entender nada e, para piorar minha situação, o meu marido estava viajando à trabalho. Peço, então, ajuda para minha amiga e vizinha, Lesley, que imediatamente vem me socorrer.

Quando os convidados começavam a sair, ela chega e logo se põe à frente do landlord e de sua filha (a noiva em questão), exigindo explicações por toda aquela cena surreal. Os dois, diante de nós duas, não conseguiam dar uma única explicação plausível.

Conclusão: pai e filha foram embora para a igreja e eu fiquei completamente atordoada com a cara de pau do landlord, que, além de tirar as fotos da filha, aproveitou também para dar uma recepçãozinha antes do casamento às custas da ingenuidade da inquilina estrangeira: EU!

Dessa história maluca e verdadeira, eu criei 3 regrinhas básicas:

  1. Nunca empreste a sua casa (mesmo que alugada) para o seu landlord tirar fotos da filha vestida de noiva.
  2. Nunca confie em seu landlord, quando sentimentalmente ele lhe pedir para tirar fotos da filha vestida de noiva na casa em que ela passou a infância.
  3. Nunca acredite na palavra do seu landlord americano, ele dirá que é tradição fazer uma “pequena” recepção na casa da noiva antes de sair para a igreja – e eu com isso?

Agora, apesar do absurdo daquela situação toda (que eu até acho graça hoje em dia), um detalhe não escapou da minha indignação — o vestido da noiva era maravilhoso!!!

Fotos inspiradoras…

Fotos:Reprodução

Postado:LuMich