#Nos40DoSegundoTempo

Já ouviu falar de Aung San Suu Kyi?!

Impressionante, como a nossa noção de mundo, muitas vezes é pequena e tacanha, imaginamos que tudo acabe bem depois da curva. Por isso, muitos dos que lerem este post, provavelmente nunca ouviram se quer falar dela na vida, se bem que, muito recentemente, ela esteve nos telejornais do mundo inteiro.

Quando eu era estudante de Ciências Sociais (lá nos anos 90), sempre ficava atenta a casos como os dela. Foi assistindo a um jornal, que eu me deparei com seu drama, lembro que fiquei profundamente penalizada com sua estória de vida e sua situação naquele momento, sempre admirei pessoas que colocam seus ideais, acima da vida pessoal.

Sabe aquela frase, “Diga-me com quem andas e te direi quem és!”, pois bem, se eu mostrar as personalidades mundiais que andam com ela, vocês não acreditariam, ela ganhou até música em sua homenagem de uma das maiores bandas do planeta, duvidam?! olha aí.

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Agora, a música em sua homenagem…(e, o vídeo oficial foi gravado no Brasil, hein?!)

 Com, Angelina Jolie…

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Com, Hilary Clinton

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Com, Barak Obama

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Com, Papa Francisco

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Com, Angela Merkel

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Discursando na ONU

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Até, filme sobre a sua vida fizeram….

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E, por esses e outros motivos, que eu não posso sair de Yangon, sem contar um pouquinho dessa luta e abdicação pessoal de AUNG SAN SUU KYI, mais conhecida como a Senhora:

Essa é uma estória, sobre uma menininha de apenas dois anos de idade, que perdeu seu pai Aung Sang, um herói da independência Birmânia (1915-1947) assassinado, antes mesmo, deste ver seu sonho realizado, porque foi apenas em 1948, que os britânicos deram a tão sonhada independência.

Deste dia em diante, Suu Kyi vê seu destino modificado para sempre. Essa estória verdadeira, se parece mais com um filme, não é mesmo?! não à toa, ela se tornou um.

Aung San Suu Kyi, certamente foi a principal voz a favor dos direitos humanos e da liberdade na Birmânia (Myanmar), um país dominado por um governo militar desde 1962. Considerada por muitos, como a Mandela Asiática.

Nascida em Yangon, ela foi educada na Universidade de Oxford, onde conheceu e casou-se com Michael Aris, especialista em assuntos tibetanos, juntos eles tiveram dois filhos.

Em 1988, em visita pela Birmânia por conta da saúde frágil de sua mãe, ela acabou se envolvendo politicamente com a atual situação do país, quando este suprimiu de forma violenta um levantamento massivo, matando milhares de civis.

Suu Kyi escreveu uma carta aberta ao governo pedindo a formação de um comité independente, para apoiar eleições democráticas. Ao desafiar uma proibição do governo, de formar reuniões políticas com mais de quatro pessoas, Suu Kyi acabou falando para grandes multidões, por toda a Birmânia como Secretária–geral da recente formada Liga Nacional pela Democracia (LND).

Em 1989 foi colocada sob prisão domiciliar. Apesar da sua prisão, a LND ganhou as eleições com 82% das cadeiras parlamentares, mas a ditadura militar se negou a reconhecer os resultados legítimos. Suu Kyi permaneceu na prisão quase de forma contínua a partir de então, rejeitando várias ofertas de liberdade do governo, onde este em troca exigia que ela abandonasse a Birmânia.

Por seu ativismo político, Suu Kyi recebeu diversas condecorações ao longo da vida, como o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento (1990), a Medalha de Ouro do Congresso dos EUA (2008) e o mais importante de todos eles, o Nobel da Paz de 1991, ao qual só pôde receber em mãos, 21 anos depois, por estar presa à época.

Apenas em 2010, quando os militares deixaram o poder, foi possível existir uma abertura do país. Aung San Suu Kyi foi libertada da prisão domiciliar e, em abril de 2012, foi eleita para uma vaga no Parlamento. Pela primeira vez a ativista poderia exercer um mandato e transformar suas ideias em projetos políticos concretos.

Ela, continua a ser uma expressão viva da determinação do seu povo, de conseguir liberdades políticas e económicas.

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Fotos: Reprodução/ Vídeos: You Tube

Um mar de pagodas – Yangon

Quando você viaja para um país novo, tudo é novidade, não é mesmo?! depois de alguns dias viajando pela Ásia, tive certeza, que esta seria a viagem das Pagodas e dos Budas. Não consigo me lembrar, quantos de cada um deles, eu vi, simplesmente, foram muitos.

Yangon04 Por isso, vou falar sobre as 3 mais importantes Pagodas de Yangon, que são elas: Shwedagon Pagoda, Sule Pagoda e Chauk Htat Pagoda.

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A mais suntuosa de todas, sem dúvida alguma. Foi uma das poucas pagodas, que precisei passar por uma revista mais rígida, antes de entrar. Em seguida, fui alertada sobre o código de roupas proibidas, dentro da pagoda-  é levado bem a sério, viu?!. Imediatamente, me pediram para cobrir as minhas pernas de fora (vestia shorts), tive que amarrar um lenço da cintura até os pés, e, é claro andar descalça.

Enfim, vamos aos números, afinal quanto maior e mais cheia de coisas, melhor, né?!

Com 99 metros de altura, a 51 metros do nível do mar, ela pode ser vista há quilômetros de distância. A stupa inferior é revestida com 8,688 barras de ouro sólido, a parte superior com outros 13.153 barras de ouro. O perímetro da base é de 1.420 metros de altura e 326 pés acima da plataforma.

A ponta da stupa é alta demais para, o olho humano conseguir discernir qualquer detalhe, formada por 5448 diamantes, 2317 rubis, safiras e outras pedras preciosas, além dos 1065 sinos de ouro. No topo, um único diamante de 76 quilates. Tá bom, pra vocês?!!

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Reza a lenda…A história sobre a fundação da Shwedagon, tal como consta do Hmannan Mahayazawindawgyi (The Great Glass Palace Chronicle), compilado no início dos anos 1830, por uma Comissão Real composta por monges sábios, brâmanes e estudiosos, diz  o seguinte:

Segundo a história budista, a mais de 2500 anos atrás, PrinceSiddartha havia atingido o estado de Buda, após a realização das “Quatro Nobres Verdade”, que são:

1. A vida significa sofrimento.
2. A origem do sofrimento é o apego .
3. A cessação do sofrimento é atingível.
4. O caminho para a cessação do sofrimento

Tapussa e Bhallika, dois irmãos mercadores de Asitanjana, que viviam no país Mon, realizaram uma tradicional viagem, feita por navios e por mais de 500 carroças.

Assim que chegaram, debaixo da árvore linlun, onde Buda estava sentado – isso aconteceu no 49* dia, após a sua Iluminação – os dois irmãos lhe ofereceram bolos de mel.

Depois que Buda havia comido os bolos, os dois irmãos pediram um presente vindo do próprio. Foi quando, Buda passou a mão sobre sua cabeça e, entregou oito fios de cabelos aos irmãos. O cabelo sagrado eram oito longos “fingerbreadths Majjhimadesa”.

Os dois irmãos, em seguida, retornaram como haviam vindo (por meio de navio e carroças), transportando os cabelos sagrados em uma caixa de rubi. No caminho, eles se encontraram com o Rei do Ajjhatta, que solicitou e recebeu deles, dois dos cabelos sagrados. Enquanto viajavam de navio, eles alcançaram o Cabo Negraisat na extremidade sudoeste de Myanmar, uma Naga Rei (Serpente) chamada Jayasena, obteve mais dois cabelos sagrados e os levou para o país Naga de Bhumintara.

Os dois irmãos, em seguida, colocaram a caixa de ruby contendo os restantes quatro cabelos sagrados em uma pilha de pérolas em forma de pagoda e informaram ao Rei do Ukkalapa, em questão. O rei veio com os quatro braços da guerra – elefantes, cavalos, carruagens e soldados – e, fazendo um voto (promessa), pagando reverência no sentido horário da Pagoda de Pérolas, conseguiu restaurar os cabelos sagrados ao seu número original de oito.

O rei e os dois irmãos, em seguida, trouxeram os cabelos sagrados de volta para Asitanjana. Em Asitanjana, Sakka, rei de Devas, o Rei do Ukkalapa e os dois irmãos decidiram consagrar os oito cabelos sagrados, no monte de Singuttara a leste da Asitanjana, onde também foram consagradas as relíquias dos três Budas anteriores à Gautama.

A consagração teve lugar no dia da Lua Cheia de Tabaung, uma quarta-feira. Sakka, o rei dos Ukkalapa e os dois irmãos fizeram uma câmara relíquia. A câmara relíquia foi preenchida até os joelhos com as jóias de todos os tipos; sobre estes foram colocados um navio de jóias e as relíquias dos quatro Budas.

A laje de pedra coberta de ouro foi colocada sobre a câmara relíquia e sobre ela foi erguida uma pagoda dourada. A pagoda dourada foi envolta em uma pagoda de prata, em seguida, em uma pagoda de ouro e ligas de cobre, em seguida, por uma pagoda de bronze, em seguida, pela pagoda de ferro, em seguida, pela pagoda de mármore, e , finalmente, em uma pagoda de tijolo.

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Sule Pagoda fica localizada no centro de Yangon, exatamente na junção das avenidas Sule Pagoda Road e Mahabandoola Road. É um monumento, onde a maioria dos visitantes estrangeiros passam despercebido.

Eu, mesma não dei muita atenção, mas é a única peça central da capital, além de refletir o cotidiano do povo. Curiosamente, ele é cercado por pequenas lojas que oferecem serviços não-religiosos, tais como astrólogos, quiromantes e, assim por diante.

Reza a lenda… foi construído antes da Pagoda de Shwedagon, durante o tempo do Buda, tendo mais de 2.500 anos de idade. Sem mais.

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O highlight desta pagoda é sua estátua de Buda Reclinado de 73 metros de comprimento e 20 metros de altura, certamente uma das maiores e mais significativas do país. A imagem original foi construída em 1905 e depois reformada em 1935.

Reza a lenda…eu não achei nenhuma informação sobre a sua história, que fosse relevante contar aqui. Mas posso afirmar, a estátua é realmente GRANDE, fora isso o lugar não se parece em nada com um templo sagrado – pelo menos, para as minhas concepções ocidentais – tudo é muito colorido, cheio luzes e nada silencioso, que me trouxesse uma sensação de sagrado. Enfim, apenas uma opinião.

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Os pés indicam os 108 símbolos auspiciosos de Buda

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Fotos: DQZ/Reprodução

Le Plaunteur & Yangoods surpreendentes…

Durante meus dias em Yangon, minha rotina era quase sempre a mesma: acordar muito cedo, tomar café da manhã no hotel, entrar no ônibus com o meu grupo e, partir para os nossos passeios diários. Por isso, a gente não podia esquecer nada, caso contrário ficava sem.

Eu sempre fazia o meu check list pela manhã – lente de contato, caixinha da lente, soro para a lente, óculos com grau, óculos escuro sem grau, óculos escuro com grau, carteira, câmera fotográfica, celular, bateria extra para celular, batom e eu acho, que era tudo isso, o que eu precisava para passar o dia tranquila.

Mesmo assim, tudo isso não adiantou nada, porque justamente no dia em que tínhamos um jantar bacana, mais arrumadinho, não tivemos tempo de voltar para o hotel para dar um tapa no visual – nem o batom, deu um up pra essa carinha cansada.

Enfim, nosso ônibus estacionou a alguns metros de distância do restaurante (não dava pra entrar, na estreita rua de terra) e lá fomos nós, andando até o restaurante. Confesso, que não esperava muita coisa, afinal até então, todos os restaurantes que havíamos ido, eram bem “normais”, simples mesmo, sem nenhum luxo, mas todos serviam uma comida local e bem feita, por isso a minha descrença.

Quando eu passo do portão, tenho uma grata surpresa. Um restaurante francês lindíssimo, nos aguardava. Voltando um pouquinho no tempo, pela manhã, uma instafriend que por coincidência estava pela Ásia, me recomendou um restaurante, mas como estou em um grupo, muito provavelmente seria impossível sair do roteiro. E qual não foi a minha surpresa?! era o mesmo restaurante.

Devo dizer que naquele instante, me senti em qualquer lugar do mundo, menos em Yangon. Aquilo era completamente discrepante do resto da cidade inteira. Um belíssimo casarão, ao melhor estilo britânico colonial, nas margens de um lago. Eu pensei “Para, não pode ser verdade!!”.

Não dá pra descrever, sem mostrar a foto do lugar, olhem vocês mesmo e entendam a minha reação.

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Estão vendo?! eu não menti. Não é escandalosamente incrível, um restaurante desses onde o Índice de Desenvolvimento Humano é de 0,583 e o país ocupa o ranking de 132* (de 177 países listados)?! chego a uma conclusão: o mundo é surpreendente e, é por isso que eu amo tanto viajar por ele.

O Le Planteur existe desde 1998, nos seus primórdios, suas instalações eram bem mais modestas, encontrar o caminho do restaurante, pela rua estreita e irregular em Yangon, era quase como uma caça ao tesouro. Oito anos depois o restaurante foi relocado para uma casa maior, na estrada Kabar Aye Road.

Recentemente (pouco menos de um ano), o Le Planteur se mudou novamente, dessa vez para a tal bela casa do lago, Inya Lake, 80 University Avenue.

* Le Planteur  possui um equipe de 56 pessoas sob a direção de seu proprietário chef Boris Granges e Ma Myint Eja, o diretor operacional há 18 anos. A cozinha está sob os cuidados de Emmanuel Delorme e o serviço sob a direção de Kyaw Oo Thein por quase duas décadas.

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Where to eat in Yangon? Le Planteur’s best!
The Wall Street Journal

Porém, sabe aquela poesia do Drummond?! sim, aquela mesma. Então, Tinha uma lojinha no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma lojinha. Minha gente, uma lojinha das mais fofinhas (dentro do próprio restaurante),  tudo muito surpreendentemente. Eu sei, eu sei, pareço meio sem vocabulário, repetindo as palavras, mas como definir tamanha surpresa, hein?!

A mulherada foi em massa visitar a lojinha, que ficou pequena para tantas brasileiras ávidas por novidades asiáticas. Diferente do artesanato local, este era mais refinado, bem acabado e de maior qualidade. Procurei saber sobre a marca e descobri que um trio de mulheres: uma francesa, uma birmanesa e uma sul-coreana se juntaram para criar ao Yangoods, que vende até pela internet.

O lema da marca é a mistura da herança cultural de Myanmar, seus heróis, seus símbolos e relíquias, aliados a arte do século XXI, mostrados de uma maneira vintage, ou seja, um monte de coisinhas bonitinhas para a decoração de casa, acessórios, bolsas, necessaries e souvenirs.

O que eu mais achei legal, foram as almofadas da marca, que inclusive fazem parte da decoração do restaurante, em questão. Levei duas pra minha casa (deveria ter levado mais), que já estão enfeitando o meu quarto.

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Fotos: DQZ/Reprodução