Segunda parte da nossa viagem em família, onde paramos?! sim, San Simeon. Na verdade hoje foi dia de visitar ou melhor apresentar o Hearst Castle para as crianças – nunca, em hipótese alguma eu vou conseguir chamá-los de adolescentes ou adultos – enfim, eu queria muito mostrar para as crianças esse castelo. Lembro da primeira vez em que eu fui nele, fiquei simplesmente estarrecida com a grandiosidade ou melhor com toda aquele opulência de obras de arte que, vinham do teto até o chão, fiquei ainda mais chocada com a beleza da piscina externa, só mesmo um louco viciado em excentricidades seria capaz de mandar construir um castelo como este.
“A história do Hearst Castle começa em 1865, quando George Hearst adquire 40 mil hectares de terras no Estado da California. Após a morte de sua mãe em 1919, William Randolph Hearst que havia herdado milhares de hectares em torno de San Simeon, ao longo do tempo passa a comprar ainda mais terras ao seu redor. A propagação dessas terras abrangeu aproximadamente 250 mil hectares. Com a arquiteta, Julia Morgan, Hearst concebeu um “modesto” retiro que, ele passou a chamar de La Cuesta Encantada ou “Enchanted Hill”. Em 1947, quando Hearst teve que deixar o local por causa de sua saúde frágil, a propriedade ainda estava inacabada, embora com 165 quartos e 123 hectares de jardins, terraços, piscinas e passarelas, todos construídos com as especificações de Hearst e apresentando uma coleção de arte lendária”
Pra quem gosta de história e arte, esse passeio é a própria Disneylândia dos adultos. Ficaria horas falando sobre a sua construção ou suas particularidades, mas infelizmente precisamos partir para a nossa nova cidade e parada noturna – Carmel. Chegamos por volta das 7 horas da noite, dessa vez nenhum bloqueio nos enganou, já estamos cientes deles e não perdemos tempo algum. Nada como se informar corretamente, não é mesmo?! #FicaADica.
Enquanto, o Beto fazia nosso checking, me deparo com o que seria nossa mascote durante a viagem, a galinha SaraLim, foi amor à primeira vista. Claro, na mesma hora em que o Beto à viu, sua reação já era esperada por todos nós “Pra que você comprou essa coisa inútil?!”, eita homem sem coração, como diria Renato Russo – “Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?!“.Dormimos apenas uma noite, no dia seguinte fizemos um reconhecimento pela cidadezinha, muito charmosa e partimos munidos de muitas guloseimas para o nosso destino de neve desta parte da viagem.
Foram umas 4:30 de viagem até Lake Tahoe, durante o trajeto, uma pergunta não saia das nossas cabeças “Cadê a porra da neve?!”. Onde antes já havia neve no passado, agora nada dela. Chegamos, ainda era dia, realmente a neve tava bem mais ou menos, viajamos um monte, fizemos todo um planejamento pra encaixar o ski e, agora essa neve sem graça. Foi então que, eu decidi dessa vez eu não vou esquiar. Simples assim. Vou ficar no SPA do hotel, troco meu skipass por massagens. Nunca tomei uma decisão tão acertada em toda a minha vida (Rsrs).
Foram poucos, mas dias maravilhosos de pura inércia e muita massagem no corpo, no rosto, além da hottub, da sauna, do relaxamento e dos muitos vinhos para aquecer o corpo e a alma. O Beto e as crianças esquiaram, então no final do dia nós nos encontrávamos para aperitivar ou jantar juntos. A Perfect match.
Como tudo que é bom dura pouco, nós e a mais nova integrante da família SaraLim partimos para São Francisco. Aqui aconteceu mais uma dos imprevistos (se assim eu posso chamar), só que foi um dos maiores que eu já tive em qualquer viagem. Calma, já conto tudo, antes vou falar o que fizemos de bom por aqui, ok?!. Muitos passeios, andamos nos famosos bondinhos pela cidade, passeamos pelo Pier, pelo centro (*comprinhas de ocasião – depois eu explico este significado) pelo bairro do Castro, pela Golden Gate, enfim pelo pontos turísticos principais. So far so good.
Último dia, jantar, banho, todos mundo fechando suas malas e, eu pergunto “Cadê os meus dois anéis?!”. Procuramos exaustivamente pelos dois quartos e nada, eu começo a pressentir o pior. Fato, sumiram. Chama a segurança, aquela novela toda de empurra-empurra de responsabilidades. Nada se resolve, eu sem muitas esperanças preciso tomar um Rivotril pra tentar dormir.
Acordávamos muito cedo, tínhamos um voo para New Orleans, nossa última cidade dessa viagem em família. Sigo para o aeroporto com cara de velório, tristíssima sem meus anéis de estimação, entro no avião apelando para a física quântica, apelo para a força do pensamento positivo, afinal só ele naquele momento poderia trazer de volta meus lindos anéis. Sento ainda a contragosto, o Beto resolve pagar a internet do avião, manda uns emails na tentativa de que alguém se mexa de fato, até que, recebemos a feliz notícia: os anéis foram “encontrados” na segunda tentativa de busca pelos quartos. Aham, ok!! Seja lá como eles “apareceram”, mande-os de volta para mim, NOW!! (no dia seguinte via fedex overnight, eles chegaram :).
Aliviadíssima, a nossa chegada em New Orleans foi pura alegria, digo nossa porque se os anéis não tivessem “aparecido”, imaginem o meu humor, não é mesmo?!. De cara já deu pra sentir a good vibe do lugar, pegamos um motorista para nos levarmos ao hotel, ele se parecia mais com um personagem de filme, tipo Louis Armstrong & Billie Holiday – Do You Know What It Means To Miss New Orleans. O cara era uma figura, falava, gesticulava, era cheio de gírias incompreensíveis, até mesmo para os mais fluentes em inglês. Eu fazia cara de “Tô entendendo tudo”, ria e perguntava “O que ele falou?!”, resposta – “Não entendemos também”. Alívio, eu não era a única.
Logo de cara, tínhamos um compromisso pela noite. Na verdade, essa parada por NOLA tinha um propósito, o casamento de uma amiga muito querida do Beto. Por isso, acabamos parando nessa cidade tão excêntrica, com um pouco de tudo, ou como eu ouvi falar por lá – “Do luxo ao lixo”.
Fomos a um bar de um hotel famoso, até aí tudo normal, banda tocando aquele jazz calminho, o povo conversando numa boa, tudo muito básico. Saindo de lá resolvemos andar pelo famoso FrenchQuarter, aí o bicho pegou. A cada entrada de bar, uma música e um grupo de pessoas completamente diferentes. Tinha desde música negra de raiz, até rock and roll, misturado com hip hip e muito pop. Uma salada musical de estilos. Uma loucura, como diria a Narcisa. Teve Mardi Gras pelas ruas, aquele Carnaval típico dos Orlenianos(as). Agora, o ponto alto mesmo de toda essa festa, foi quando pediram meu ID ou RG (como quiserem), para eu poder entrar em dos bares, achei simplesmente lindo me confundirem com uma “menor de idade”.
A prova cabal!!!!
Sobre o casamento, ele merece um post à parte. Definitivamente, foi um dos melhores dos últimos tempos, nada de frescuras e muita alegria pelas ruas.
Fiquei completamente apaixonada por essa cidade, sua parte histórica é encantadora com aquelas casas antigas instaladas no bairro do Graden District, lembravam “O Vento Levou”, ok, não se passava em New Orleans, e, sim, na Georgia, mas o cenário era parecido, isso que interessa nessa minha associação. Muita história pelas ruas, pelos cemitérios – alias, este é um programa imperdível – se vier para Nola, tem que fazer o tour do Cemitério de Lafayette. Aproveite e almoce no mais tradicional dos restaurantes – o Commander’s Palace – só, um aviso: a comida leva muitos condimentos e muito alho. Mas, o meu melhor conselho é, festeje muito, Nola é a cidade ideal.
Dia de voltar, aquele velho mixed feelings entre a vontade de continuar viajando com eles, com a saudades de voltar pra casa e ver as cachorras: Marie e Lolla (apesar de bem cuidadas, nos aguardavam saudosas).
O avião aterrisa no Brasil. Pedro nem mal chega e, já vai trabalhar, resta o Beto e a Cora que ainda vão ficar mais esse restinho do dia em casa. Amanhã, vida que segue, ansiosa pela nossa próxima viagem em família, essa união de alguns dias grudados nunca terá preço, minhas crianças vamos aproveitar nossas férias juntos até quando vocês quiserem, até quando vocês estiverem por aqui. Termino meio melancólica, porque sei que, eles um dia terão asas…
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